Nesta segunda-feira (28) além do aniversário de 487 anos de llhéus, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, esta data tem o principal objetivo de conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária, independente do gênero sexual.
O Dia do Orgulho LGBTQIA+ foi criado e é celebrado em 28 de junho em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall Inn.
Em 1969, esta data marcou a revolta da comunidade LBGT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades. A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas e do mundo.
No começo desse mês, o Governo da Bahia lançou, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), a cartilha “Fui Vítima de LGBTfobia: o que fazer?” com orientações e instruções para pessoas LGBTQIA+ que sofreram agressões LGBTfóbicas.
Na cartilha, disponibilizada no site da SJDHDS, cidadãos e cidadãs tem acesso a informações sobre os tipos de violências e violações de direitos sofridas pela população LGBTQIA+, além de contatos e informações da rede de proteção que pode ser acionada.
“Assim como o Guia de Adequação de Nome e Gênero, o objetivo desta cartilha também é facilitar o acesso da população LGBTQIA+ a direitos. Nós sabemos que ainda existe uma resistência, muitas vezes por medo ou falta de entendimento, mas precisamos que as denúncias sejam feitas para que os agressores sejam punidos”, afirma o secretário da SJDHDS, Carlos Martins.
Já o relatório “Observatório das Mortes Violentas De LGBTI+1 No Brasil – 2020” feito pelo Grupo Gay da Bahia, revela que em 2020 ocorreram 237 casos de mortes violentas de LGBTQIA+ no Brasil. Desses, 161 casos são contra travestis e mulheres trans. “Para além da identificação do número de mortes, é importante evidenciar os sujeitos mais atingidos por essa violência que cerceia determinados corpos, práticas e performances” afirma o relatório.
A região Nordeste se posiciona como a mais violenta com 2,12 mortes para cada um milhão de habitantes, e a Bahia ocupa o terceiro lugar em violência contra gays no Brasil.
A LGBTIfobia é o termo utilizado para compreender as violências cometidas contra a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e demais orientações sexuais e identidades de gênero. Trata-se do ódio ou a rejeição às pessoas que pertencem a essa comunidade, e que se manifestam por meio de ações violentas.
Shayra Luiza, estudante e ativista é casada com Valéria Elora há um ano. As duas são empreendedoras e vendem brigadeiros nas ruas de Ilhéus. Para Shayra Assumir-se para o mundo é um ato libertador. “E a nossa luta vai continuar, até rompermos com os preconceitos impostos pela sociedade.” Ressalta.
Ela conta que as duas passam por situações de preconceito e até assédios diariamente. “Porque na cabeça das pessoas heterossexuais, eles não levam a sério o relacionamento de casais homoafetivos, principalmente entre mulheres. E se eu for falar algo ou tirar perguntas, corro risco de me tornar mais uma na estatística”
“O dia nacional do Orgulho LGBTQIA+ representa um dia de lutas e vitórias. Sabemos que a comunidade LGBTQIA+ sofre inúmeras formas de ataques, por isso temos que falar em orgulho. É uma ação afirmativa, de resistência e elevação da auto-estima, na luta de expulsar o ódio e de diminuir as nossas dores, colocando o AMOR como símbolo da nossa luta”. Finaliza Shayra.