Já identificada no Distrito Federal e 15 estados – dos quais quatro da região Nordeste – a variante delta do novo coronavírus continua sem casos confirmados na Bahia, mas há investigações em andamento, segundo o infectologista Roberto Badaró, pesquisador chefe do Instituto Senai de Inovação em Saúde, conhecido como Cimatec Saúde.
“Aqui na Bahia ainda não foram documentados [casos]. É possível que esteja circulando. Estamos fazendo sequenciamento no Cimatec. Temos mais de 16 casos em investigação”, afirma o médico.
O Ministério da Saúde informou que há 1.084 casos da variante delta notificados no país, dos quais seriam 32 no Nordeste: 16 no Ceará, sete em Pernambuco, sete no Maranhão e dois em Alagoas. Em balanço mais atualizado, entretanto, a Secretaria de Saúde do Ceará já informou que são 43 casos da variante, em 20 municípios. O Nordeste tem duas mortes confirmadas pela cepa até então – uma no Maranhão e outra em Pernambuco.
Inaugurado em outubro do ano passado no campus do Senai Cimatec em Salvador, o instituto tem como parceira a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para a vigilância epidemiológica do Estado, apenas o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) realiza sequenciamento genético, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Procurada, a pasta reafirmou que não há no estado casos notificados da variante delta, identificada inicialmente na Índia e considerada mais transmissível.
Conforme a Sesab, a escolha das amostras para o sequenciamento é baseada em diversos fatores, como a representatividade de todas as regiões geográficas do estado, casos suspeitos de reinfecção ou que resultaram em morte, contatos de portadores de variantes de atenção e indivíduos que viajaram para área de circulação das novas variantes com sintomas característicos.
Como a variante já tem transmissão comunitária no Brasil, o Estado ressalta a importância das medidas sanitárias já conhecidas: além da vacinação, manter o uso de máscaras e evitar aglomerações.
O virologista Gúbio Soares lembra que os sintomas mais comuns da variante delta se parecem com os de uma “gripe comum” e por isso o cuidado deve ser reforçado, principalmente para as pessoas que viajam para outros estados.
“Tem também gente de fora vindo passear aqui, a chance de chegar é grande, mas temos que cuidar para que a transmissão não seja alta”, afirma Gúbio. [A Tarde]