A crescente escalada de violência contra os povos indígenas no país escreveu mais um capítulo no sul da Bahia. Na manhã da última quinta-feira (23), em uma comunidade entre Una e Ilhéus, identificada como Serra das Trempes, Alex Barros, pertencente a etnia Tupinambá, foi brutalmente assassinado a tiros.
O crime ganhou repercussão nacional. Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), denunciou o crime em publicação nas redes sociais. Ela detalhou a ação, afirmando que homens encapuzados e fortemente armados invadiram a propriedade e alvejaram o indígena.
O vereador ilheense Cláudio Magalhães, primeiro Tupinambá a ocupar uma cadeira no legislativo da cidade, lamentou o assassinato, e externou seus votos de pesar nas redes sociais.
“Todos os dias enfrentamos batalhas como a dos nadadores, por isso resistimos. Minha solidariedade aos parentes pela perda”, afirmou o edil.
O assassinato de Alex ocorre, como em uma simbologia sinistra, justamente a pouco dias antes da realização da Caminhada em Homenagem aos Mártires Tupinambá, que acontece no domingo (26).
O ato rememora o massacre de indígenas ocorrido no local, em 1559, ao comando do governador geral Mem de Sá.
A caminhada também resgata a história de Marcelino José Alves, o Caboclo Marcelino. Líder indígena da região de Olivença na década de 30, tido como inimigo dos coronéis de cacau, e taxado de “comunista” pela imprensa e a elite ilheense da época, foi perseguido e morto pela ditadura de Getúlio Vargas na década de 1930.
Com informações do Blog Pimenta.