Pode parecer piegas, mas importa lembrar do entardecer de 2021. A julgar pelos transtornos vividos nesse ano que se finda, até mesmo os que nele tiveram algum tipo de sorte, devem estar desejando seu fim. Controversas à parte, vale lembrar também dos otimistas, aqueles convictos de que o término de um ano implica recepcionar ares frutíferos e adocicados trazidos pelo novo ano. Será?!
Julgando pelos prognósticos, 2022 pode nos trazer mais desassossegos. Então, pega a visão! Como diz Jef Rodriguez, o “Spiritual do Quadro”: bota as peças e a cabeça no lugar mano! Daí, para 2022 já é anunciado, precisamos ao menos deixar de confiar em messias milagreiros e duvidar dos revolucionários de meia tigela, do contrário, seguiremos uma República de bananas egocêntricos (as).
É hora do Ubuntu! Até aqui fomos movidos por uma lógica do individual. A pedagogia da “farinha pouco meu pirão primeiro”, toma a auto-realização como sentido maior da existência. Oxente, somos ilhas? Convictos de que nossa felicidade só depende de nós, questionar a miséria ficou fora de moda, é algo démodé, coisa de comunista.
Em contraponto, nesse mês de celebração do Dia da Consciência Negra (20/11), devemos celebrar e proliferar o espírito Ubuntu. Isso mesmo, “uma sociedade sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade faz parte da essência de Ubuntu, filosofia africana que trata da importância das alianças e do relacionamento das pessoas.
Ubuntu, implica “humanidade para com os outros”. Uma pessoa com Ubuntu tem consciência de que é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos. De Ubuntu, as pessoas devem saber que o mundo não é uma ilha: “Eu sou porque nós somos”.
Se tomados pelo espírito Ubuntu, a possibilidade de enfrentarmos exitosamente os possíveis desassossegos vindos com 2022 será maior. Sim, Covid-19, desigualdades sociais, desemprego, violência e tantos outros inimigos conhecidos continuarão a nos atormentar. No entanto, a partir de quais valores os enfrentaremos é outra questão. Enfim, lembre-se que o amanhã é uma interrogação, mas também fruto das escolhas que fazemos hoje. Ubuntu. Axé!
