O Brasil é nossa fonte permanente de espanto e mais espantoso fica quando estamos vivendo um mundo político em que a política distorce a realidade ou faz uma realidade paralela, uma equação quântica, ou seja lá de neologismo e neo-tracejo-filosófico-conceitual e vá perdoando esse texto tirado a barroco moderno. Nossos políticos no Congresso Nacional estão além da realidade, bem como o corpo diretivo do país está aquém da realidade.
Tem ainda quem não saiba o que significa o tal de metaverso, que os especialistas definem como uma cadeia, elos, que formam uma rede entre os espaços virtuais que simplesmente (força de expressão) replicam a realidade, e é isso que a grosso modo tem a ver com a nossa retumbante política, essa que tem também o seu foco em conectividade social.
Entrando mais ainda na seara do metaverso – e depois volto – trato de retomar o paralelo deste com a cabeça dos nossos políticos, apenas a título de ilustração, o metaverso é coisa inspirada num termo oriundo do romance “Snow crash,” de Neal Stepherson e quem chamou a atenção para o termo foi o criador do Facebook, Mark Zuckerberg. No metaverso ninguém consegue saber a diferença do real ao que é imaginário. Trata-se, como dito e repito de uma realidade paralela. Meio esquizoide? É! Para entrar no metaverso tecnológico é necessário computado ou celular ou Ipad, usar óculos especiais e outras parafernálias.
Mas quando se trata de político brasileiro, notadamente do Congresso Nacional e da Presidência da República, principalmente, não é preciso nada disso. Os caras já estão em seu metaverso. Estão numas bolhas dissociadas do mundo real, do Brasil real. E não tem clamor popular, crítica falada, escrita ou televisada que os tirem deste limbo cômodo onde eles interagem entre si e que se rasguem nosotros.
Nossos governantes, autoridades, senadores, deputados, prefeitos, governadores e vereadores estão presos em seus mundos virtuais e se retroalimentam paralelamente. O cidadão comum não tem mecanismos para entrar ou se locupletar dese sistema perverso que pertence a poucos em detrimento de milhões. Um treco interessante é que quem está no mundo metaverso também usa seus fones de ouvidos e não consegue ouvir o que se fala no mundo real. Então os brasileiros chiam, vociferam, mandam gritos de socorro e ninguém ouve.
O que estamos tendo como cardápio sensorial constante são as chamadas ondas quânticas, aquela experiência em que os prótons projetados aos montes mudam a feição do resultado final e se ampliam disformes e multiplicadas em sua trajetória final. A política nacional é uma onda sem formatação e sem essência racional. O que se constata é a falta de iniciativa que traga o mínimo de satisfação, digamos, do eleitor, ou seria o mesmo que dizer, dos brasileiros em todo o seu espectro.
Os políticos nos transformaram em um país virtual vivendo uma realidade cruel. Estamos num looping perfeito e nefasto. E pensar que tudo isso está misturado ao velho realismo fantástico.