Hospitais privados e filantrópicos na Bahia preparam um plano de demissão em massa de pelo menos quatro mil trabalhadores, sendo dois mil só em Salvador e Região Metropolitana, caso o piso nacional da enfermagem, suspenso por 60 dias pelo Supremo Tribunal Federal (SFT), seja restabelecido após o fim do prazo determinado pela Corte. Dirigentes de hospitais consultados pela Satélite admitem, reservadamente, que já estão previstos para todo o estado cortes de 5% a 8% dos profissionais do grupo de enfermagem – enfermeiros, técnicos e auxiliares – se a suspensão cair no STF sem que haja alternativa para mitigar o impacto da lei aprovada do Congresso e promulgada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
De mal a pior – Segundo apurou a coluna, as demissões atingirão quase todas as unidades na Bahia depois que o piso entrar em vigor. No entanto, o efeito será maior sobre aquelas com alta demanda do SUS. Basicamente, os hospitais filantrópicos, que enfrentam limitações financeiras decorrentes do teto no orçamento da saúde.
Caminho sem volta – Diferente de estados mais desenvolvidos, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde os valores pagos hoje para a área de enfermagem estão equiparados ou próximos ao piso fixado na nova lei, a realidade é outra no Nordeste, região em que a soma é bem menor. “Mesmo que se encontrem formas de reduzir danos através de medidas como a desoneração da folha, demitir será inevitável. Na Bahia, por exemplo, há benefícios garantidos em acordos coletivos com a categoria. A conta subirá muito com o salto no salário-base. A tendência é enxugar quadros, mudar regimes de trabalho, reduzir atendimento e até contratar profissionais por meio de cooperativas para escapar do piso”, disse uma fonte que representa o segmento no estado.
Fora da curva – Entre os hospitais privados, o Mater Dei é o único que descarta categoricamente corte de pessoal por causa do piso. Em reunião recente, a diretoria da rede na Bahia definiu que, independente das negociações no STF, absorverá o aumento dos custos sem demitir colaboradores na unidade inaugurada este ano em Salvador. Expoente do mercado hospitalar nacional, o Mater Dei é conhecido pelo perfil humanista e por tratar funcionários como o patrimônio mais valioso da rede mineira.
Choque de contas – O filho do presidente da Câmara de Vereadores e candidato a vice na chapa do PT, Geraldo Júnior (MDB), tem chamado a atenção tanto pela megaestrutura montada na disputa de deputado estadual quanto pela falta de recursos declarados para bancar uma campanha desse porte. Sem repasse do fundo eleitoral informado até o momento, Matheus Ferreira (MDB) recebeu só R$ 56 mil de doações particulares, insuficiente para tamanha conta.
Piada pronta – Rendeu gozações de aliados e rivais o “trem da dança” feito pela cúpula petista no fim de semana em Barra do Choça, durante evento do candidato do partido ao governo, Jerônimo Rodrigues. Sobretudo, a coreografia tipo boneco de posto do governador Rui Costa e a falta de gás do senador Otto Alencar (PSD) para seguir o ritmo da trupe. Do Correio 24Horas.