O Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) informou, nesta sexta-feira (24), que o número de pessoas resgatadas em trabalho similar à escravidão na Bahia, cresceu 290%, nos últimos quatro anos.
Conforme o MPT-BA, dados do Portal de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho, apontam que em 2019, 21 trabalhadores foram retirados de situações similares à escravidão no estado.
Já em 2020, o número aumentou para 64 e, no ano seguinte, para 70. Em 2022, o Ministério do Trabalho registrou 82 casos.
Na terça-feira (21), sete trabalhadores da construção civil foram resgatados em situação similar a de escravos na obra de um residencial de casas em Barra Grande, na Península de Maraú, no litoral sul da Bahia. Os homens não tinham equipamentos de segurança e dormiam na própria construção.
De acordo com os órgãos, os trabalhadores eram do interior da Bahia e, dentre eles, havia um adolescente de 16 anos, que será acompanhado pela SJDH.
Os funcionários não tinham registro do contrato de trabalho e eram submetidos a jornadas exaustivas, acima de 52 horas semanais.
Como dormiam na construção, os cômodos não tinham janelas ou portas, e eles não tinham acesso a água potável, banheiro ou cozinha. Para tomar banho, os homens usavam um chuveiro ao ar livre.