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REIVINDICAÇÕES DE DOCENTES, TÉCNICOS E ESTUDANTES MARCAM AUDIÊNCIA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO

Nesta terça-feira (16), as atividades docentes foram paralisadas, e a ADUSC (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz), participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador. O evento teve como foco a importância das instituições de ensino para o estado e as reivindicações dos professores, técnicos e estudantes.

Convocada pela Comissão de Educação, após pressão do movimento docente, a audiência teve como tema “O papel das Universidades Estaduais da Bahia no contexto do desenvolvimento regional: desafios e perspectivas”.

A mediação ficou a cargo da deputada estadual Olívia Santana, presidente da comissão, que contou com a presença dos deputados Hilton Coelho e Fabíola Mansur, além de reitores das UEBAS (Universidades Estaduais da Bahia), representantes das ADs (Associações de Docentes), do Fórum de Técnicos, dos DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) e outros movimentos sociais. No entanto, não houve representação da Secretaria de Educação nem do governador do estado, mesmo sendo convidados.

No início da audiência, a deputada Olívia Santana alterou o formato previamente acordado, o que limitou significativamente a participação das representações docentes e discentes. Apesar disso, a vice-presidente da ADUSC, Nane Albuquerque, fez um pronunciamento incisivo, enfatizando a necessidade de abertura de negociações entre o governo e os servidores:

“O governador assinou uma carta de compromisso com os docentes e técnicos das universidades e até agora não cumpriu. Não se reúne conosco, não negocia nada. Negociação não é chamar as entidades e simplesmente dizer ‘eu vim comunicar, eu decidi’. O nome disso é autoritarismo, e nós não elegemos um governo autoritário! Queremos um diálogo!”, afirmou.

Camila Silveira, coordenadora do DCE da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), também foi afetada pela mudança no formato da audiência, sendo obrigada a reduzir sua fala para apenas 1 minuto, com o auditório já esvaziado. No pouco tempo obtido, ela cobrou do governo prioridade para a educação pública:

“Nossas universidades sofrem um estrangulamento. O governo do estado não quer olhar para nós, não quer olhar para o seu setor principal, que é a educação. É necessário que Jerônimo tome uma posição diferente da que Rui Costa teve nos últimos oito anos.”

A necessidade de maior atenção para as universidades também foi ressaltada pelo reitor da UESC, Alessandro Fernandes:

“Quando falamos em universidade, é necessário falar em orçamento público. Não se faz ciência, pesquisa, ensino e extensão sem orçamento público. Durante as campanhas para reitor, falamos sobre autonomia universitária. Uma vez no cargo, não podemos destoar. Devemos aumentar nossa responsabilidade para fazer coro… As universidades são parte fundamental da elite cultural e educacional de qualquer país e devem ter autonomia para gerir os seus destinos.”

Durante a audiência, o Fórum das ADs destacou os pontos presentes na pauta de reivindicações da categoria, como a mesa de negociações, recomposição salarial, autonomia universitária, mais orçamento e financiamento para as UEBAs, fim da fila de Dedicação Exclusiva e melhores condições de trabalho.

Ao final do evento, Olívia Santana se comprometeu a levar as deliberações da audiência ao governador Jerônimo Rodrigues.