A jornada de Wallace, morador do bairro São Miguel, em Ilhéus, é um exemplo angustiante das complexidades do sistema de saúde local. Em uma entrevista concedida à equipe do site Ilhéus 24h, a esposa de Wallace, morador do bairro São Miguel, em Ilhéus, Bahia, revelou detalhes angustiantes sobre a complexa jornada médica que a família enfrentou.
Tudo começou no dia 2 de agosto, quando Wallace apresentou sintomas de sinusite. O que parecia ser uma condição comum logo se transformou em uma dolorosa e preocupante luta por atendimento médico.
A esposa de Wallace explicou que, inicialmente, os médicos suspeitaram de sinusite e prescreveram tratamento com amoxicilina e outras medicações. No entanto, após 14 dias de tratamento sem melhora, a família decidiu buscar ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, uma nova prescrição de amoxicilina, agora mais forte, foi dada, juntamente com levofloxacina e outros medicamentos. Wallace recebeu um atestado de três dias, mas sua condição continuou a piorar, com o rosto inchando cada vez mais.
Desesperados, eles retornaram à UPA, onde Wallace recebeu injeções para aliviar a dor e foi aconselhado a procurar um especialista em otorrinolaringologia ou visitar o Hospital Costa do Cacau. Optaram pela segunda opção, esperançosos de que uma solução estivesse ao alcance.
No entanto, após uma tomografia no Costa do Cacau, Wallace foi instruído a retornar para casa e voltar na segunda-feira, com a promessa de que um cirurgião buco maxilofacial faria a cirurgia necessária. No entanto, essa esperança logo se dissipou, pois apenas uma consulta com o especialista foi realizada, que declarou que o problema estava além de sua área de atuação e aconselhou a busca de um otorrinolaringologista particular.
A esposa descreveu o desespero da família ao buscar ajuda particular, onde um especialista confirmou suas piores suspeitas: um tumor. Com a necessidade de uma biópsia urgente, eles retornaram ao Costa do Cacau, onde enfrentaram uma semana de incertezas e resistência por parte dos médicos locais, que relutavam em assumir o caso. Após muita insistência, um cardiologista assumiu o caso de Wallace e finalmente prescreveu antibióticos para reduzir o inchaço e preparar o paciente para a biópsia.
A entrevista destaca as deficiências do sistema de saúde local em Ilhéus, onde a ausência de especialistas em cabeça e pescoço coloca os pacientes em uma situação de grande vulnerabilidade. Com a morte do Dr. Lincoln na pandemia e a transição do Dr. Jader para a prática particular, a busca por atendimento especializado tornou-se ainda mais desafiadora.
A família de Wallace agora enfrenta uma difícil jornada em busca de tratamento adequado em Salvador, enquanto Ilhéus continua a carecer de recursos médicos necessários para lidar com casos complexos como o dele.
Diante do dramático relato da esposa de Wallace e das dificuldades enfrentadas por essa família em busca de um diagnóstico e tratamento adequados, fazemos um apelo veemente às autoridades competentes em saúde de Ilhéus. Este caso serve como um exemplo doloroso das lacunas em nosso sistema de saúde, especialmente na falta de especialistas na região.
Instamos as autoridades a investir na melhoria da infraestrutura médica local, garantindo acesso oportuno a especialistas e procedimentos essenciais. A vida de Wallace e de tantos outros pacientes dependem de uma ação urgente para corrigir essas deficiências e proporcionar atendimento médico adequado em nosso município.
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