No município de Ilhéus, Bahia, a história da ferrovia ganha um novo capítulo de relevância cultural e histórica. A Locomotiva 12, popularmente conhecida como “Maria Fumaça”, há muito tempo encontra-se no centro da atenção, com planos de restauração e realocação no coração da cidade.
Na noite de quinta-feira (19), Alisson Mendonça, diretor da Circunscrição Regional de Trânsito (CIRETRAN) de Ilhéus, compartilhou detalhes intrigantes sobre a descoberta histórica recente envolvendo a locomotiva 12, objeto de grande importância para a região. Durante uma entrevista exclusiva concedida ao “Ilhéus Pod +”, Alisson discorreu sobre as complexidades que envolvem a preservação desse artefato histórico.
A locomotiva, amplamente reconhecida como um símbolo da rica herança ferroviária da região, havia sido mantida por anos na praça Misael Tavares. No entanto, o passado controverso da locomotiva e as questões jurídicas que cercam sua propriedade e restauração trouxeram à tona desafios significativos para sua preservação.
“Descobrimos que, na década de 90, a locomotiva foi leiloada e adquirida pela prefeitura de Curitiba”, revelou Alisson durante a entrevista. “Embora tenham mostrado interesse em restaurá-la, a decisão de desmontá-la e transportar peças para um projeto em Curitiba deixou a locomotiva aqui em estado precário, basicamente reduzida a uma sucata para o Detran.”
Com a locomotiva em um estado de abandono e deterioração, a comunidade local mobilizou-se para garantir sua preservação. O secretário de Cultura, Magela, em colaboração com um empresário local, iniciou uma reforma para resgatar a locomotiva e trazê-la de volta à praça Misael Tavares.
“Embora a restauração completa seja um empreendimento financeiramente exigente, a reforma atual já está em andamento, com o objetivo de remover a ferrugem e resgatar sua estrutura básica”, explicou Alisson.
Esta iniciativa representa mais do que apenas um projeto de renovação estética. Ela é um tributo à importância da ferrovia na história de Ilhéus, uma parte essencial do crescimento da região, do desenvolvimento da cacauicultura e do cotidiano dos habitantes locais.