O dia 2 de abril foi instituído pela ONU em 2008 como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 214 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.
A massoterapia emerge como uma promissora abordagem no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), proporcionando desenvolvimento e estimulação tátil significativos. Esta forma de terapia sensorial tem demonstrado eficácia na melhoria das estereotipias do transtorno, oferecendo um caminho para mitigar os desafios enfrentados por essas crianças.
O TEA é uma condição neurobiológica que afeta o desenvolvimento infantil, impactando áreas cruciais como habilidades sociais, de comunicação e comportamentais. Em meio ao aumento constatado na incidência de casos, a busca por terapias eficazes torna-se cada vez mais importante. É nesse contexto que a massoterapia emerge como uma intervenção terapêutica de destaque.
Estudos têm apontado que a massagem terapêutica, quando realizada por profissionais capacitados, pode trazer uma série de benefícios para crianças com TEA. O toque terapêutico, direcionado com precisão por meio de pontos de massagem, possibilita estimular áreas específicas do corpo, fundamentais para o desenvolvimento saudável dessas crianças.
“A massoterapia oferece uma abordagem holística para o manejo dos sintomas do TEA, proporcionando melhorias notáveis em diversos aspectos do comportamento e bem-estar das crianças“, destaca Ana Martha, fisioterapeuta e massoterapeuta, criadora do método TopCorpus.
Estudos internacionais têm corroborado a eficácia dessa abordagem, destacando avanços significativos na linguística, percepção afetiva, rigidez física, qualidade do sono e comportamento agressivo das crianças autistas submetidas à massagem terapêutica. Esses resultados podem ser atribuídos ao aumento dos níveis de ocitocina e à redução dos níveis de cortisol no cérebro, facilitando a interação social e promovendo um estado de relaxamento mental.
O protocolo de atendimento para crianças com TEA é meticulosamente adaptado, levando em consideração as necessidades específicas de cada indivíduo. Uma abordagem personalizada, que inclui desde uma anamnese detalhada até estratégias de ligação afetiva e brincadeiras sensoriais, visa estabelecer uma conexão positiva entre a criança e o terapeuta.
“É fundamental aumentar a conscientização sobre a massoterapia no tratamento do autismo. Seus inúmeros benefícios não apenas transformam vidas, mas também abrem caminho para uma compreensão mais profunda e inclusiva da condição“, reforça Ana Martha.
É importante ressaltar que o autismo não precisa de cura, mas sim de abordagens terapêuticas que auxiliem no manejo dos sintomas e na promoção do desenvolvimento saudável das crianças. A massoterapia surge como uma ferramenta valiosa nesse contexto, oferecendo esperança e oportunidades para uma vida mais plena e integrada para as crianças autistas e suas famílias.