Recentemente, uma pesquisa baseada em dados do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) e da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) trouxe à tona uma descoberta preocupante: o Nordeste do Brasil, geralmente considerado estável em termos geológicos, pode enfrentar terremotos de magnitude considerável.
Conduzido por José Augusto Silva da Fonsêca e Aderson Farias do Nascimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), juntamente com Stanisław Lasocki, do Institute of Geophysics Polish Academy of Sciences, o estudo alerta para a “ameaça sísmica” na região. Esta ameaça, segundo os pesquisadores, refere-se à possibilidade de terremotos naturais causarem danos significativos, incluindo prejuízos humanos, destruição de edifícios, perdas econômicas e impactos ambientais.
Os resultados indicam uma probabilidade significativa de terremotos na região Nordeste nas próximas cinco décadas:
– Terremotos com magnitudes entre 4,7 e 5,1 têm uma probabilidade de 50% de ocorrer, podendo impactar estruturas civis como casas e prédios.
– Terremotos com magnitudes entre 5,5 e 6,2 têm uma probabilidade de 10% de ocorrer, representando um risco maior para grandes obras civis, incluindo barragens, parques eólicos, mineração, usinas hidrelétricas e nucleares.
O estudo enfatiza a necessidade urgente de adotar medidas preventivas e construir infraestruturas mais resilientes para enfrentar esses potenciais desastres. A preparação adequada e a adaptação das estruturas são cruciais para reduzir os impactos e garantir a segurança da população.
AUMENTO NAS OCORRÊNCIAS DE TREMORES DE TERRA NA BAHIA
Nos últimos dois anos, houve um aumento de 36% nas ocorrências de tremores de terra na Bahia, passando de 132 entre os anos de 2020 e 2021 para um total de 180 entre 2022 e 2023. O motivo? Nada evidente. Na verdade, o crescimento é avaliado como algo mais aparente do que real, pontua Carlos César Uchoa, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e doutor em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
As zonas mais suscetíveis a registro de tremores de terra estão situadas no Recôncavo e, por isso, a região é reconhecida como uma zona sismogênica. Embora essa área possua propensão maior para ocorrências de sismos, outras regiões da Bahia também estão sujeitas a registrar os fenômenos. É o caso das cidades de Jacobina e Jaguarari, localizadas na região da Chapada Diamantina e no Centro-Norte, respectivamente.
Confira os maiores terremotos já registrados no Brasil
6,6 graus: Acre e Amazonas (2024)
6,5 graus: Tarauacá/AC (2022)
6,1 graus: Divisa entre Acre e Amazonas (2007)
5,5 graus: Codajás/AM (1983)
5,5 graus: Tubarão/SC (1939)
5,4 graus: Noroeste de Mato Grosso do Sul (1964)
5,2 graus: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro (2008)
5,2 graus: Porto Gaúcho/MT (1998)
5,2 graus: Pacajus/CE (1980)
5,1 graus: João Câmara/RN (1986)
5,1 graus: Manaus/AM (1963)
5,1 graus: Mogi-Guaçu/SP (1922)
5,0 graus: Plataforma/RS (1990)
5,0 graus: João Câmara/RN (1989)