Nesta segunda-feira (20), a SEDUC lamentou o falecimento precoce de Taynara Luísa de Morais dos Santos, uma menina de apenas 10 anos que foi vítima de infarto.
O aumento dos casos de infarto entre jovens é uma preocupação crescente para a comunidade médica. Em matéria do G1 de julho do ano passado, especialistas discutiram as razões para essa alarmante tendência. Segundo o cardiologista Paulo Caramori, fatores que vão desde problemas congênitos até uma piora significativa nos hábitos diários – como o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados – podem estar contribuindo para essa escalada.
A notícia de infartos em jovens ganhou destaque recentemente quando Bronny James, filho de 18 anos do astro da NBA LeBron James, sofreu uma parada cardíaca durante um treino com o time de basquete da Universidade do Sul da Califórnia. Esse incidente trouxe ainda mais atenção para o problema.
Infarto, parada cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC) são atualmente as principais causas de morte em todo o mundo. No Brasil, o número de casos de infarto registrados por mês mais que dobrou nos últimos 15 anos, com a média mensal de internações subindo quase 160% no mesmo período. Entre jovens de até 30 anos, o aumento foi 10% acima da média, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e do Ministério da Saúde.
O crescimento de casos de infarto entre jovens e mulheres tem sido associado aos hábitos de vida modernos. O levantamento mostra que a média mensal de internações por infarto passou de 5.282 para 13.645 entre homens e de 1.930 para 4.973 entre mulheres.
Em entrevista a Natuza Nery, o médico Paulo Caramori destacou a importância de hábitos de vida saudáveis para prevenir infartos. “Parte dessas mudanças está relacionada aos nossos hábitos de vida que, de alguma maneira, nos deram longevidade como população. Inegavelmente, vivemos mais tempo, mas nos expomos a fatores de risco que podem levar a infartos e, eventualmente, a paradas cardíacas precoces”, explica.
Caramori enfatiza a necessidade de melhorar a alimentação para prevenir doenças cardiovasculares. “Duas das principais causas de morte hoje são relacionadas a problemas cardiovasculares: o infarto e o AVC. Devemos focar nos fatores de risco modificáveis, como a redução do consumo de alimentos ultraprocessados.”
Os alimentos ultraprocessados são rapidamente absorvidos pelo organismo, causando um aumento rápido nas taxas de glicose e na produção de insulina, o que pode levar a desequilíbrios associados a maiores riscos de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão.