Nesta terça-feira (6), a Unlock, empresa de bebidas energéticas, emitiu uma nota oficial, informando a possibilidade de saída do Colo-Colo. No comunicado, o grupo destacou sua chegada ao clube de Futebol e Regatas e sua missão de gerir e colaborar para o crescimento e sucesso do clube, respeitando sua história e tradição.
A Unlock ressaltou a seriedade de sua gestão e o alto investimento realizado, que já trouxe resultados esportivos notáveis: o time é finalista invicto no Bainão série B 2024 e tem vantagem para o jogo de volta contra o Porto, que acontece no próximo sábado (10), às 18h, no estádio Mário Pessoa. Contudo, a empresa destacou a necessidade de modernização e profissionalização do clube através da criação de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
No entanto, segundo apurado pelo site Ilhéus 24h, o estatuto do Colo-Colo atualmente não preveem a criação da SAF, e uma votação do conselho decidirá sobre essa questão, uma vez que, sem a aprovação da SAF, a continuidade do investimento da empresa no clube fica inviável.
Para discutir os benefícios e riscos da transformação do clube em SAF, o site Ilhéus 24h conversou com Mayhan Araujo, graduando em comunicação social, colaborador do portal Mídia Ninja e pesquisador na área de comunicação e esporte. Araujo explicou:
“Esse movimento dos clubes se tornarem SAF tem sido comum nos últimos anos, geralmente como uma solução para estados financeiros críticos, como vimos com Botafogo e Vasco. Idealmente, a venda de um clube deveria ocorrer em uma situação mais estável para garantir um retorno financeiro melhor.”
Araujo também abordou os desafios de identificação que podem surgir com a mudança para SAF, mencionando exemplos como o Red Bull Bragantino, onde mudanças significativas de identidade causaram desconforto entre os torcedores. “A transformação em SAF pode afetar a identidade do clube, como mudança de escudo e camisa, embora isso não seja uma regra.”
Além disso, ele destacou a possibilidade de redução da ”politicagem” no clube com a mudança para SAF: “A politicagem, comum nos clubes, pode diminuir com a SAF, já que a gestão passa a ser uma empresa com risco de falência. Isso pode reduzir os erros financeiros e as decisões baseadas em politicagem, comuns em clubes tradicionais.”
“A longo prazo, a SAF pode resultar em melhorias na estrutura do clube, como o estádio e o centro de treinamento, e abrir portas para competições mais lucrativas, como a Copa do Brasil e as divisões superiores do Campeonato Brasileiro.” concluiu.
A votação do conselho do Colo-Colo, composta por 20 membros, será crucial para definir o futuro do clube e da parceria com a Unlock. A reunião está marcada para esta terça-feira (6) à noite, com local e horário não informados.