O boletim mais recente da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), divulgado em agosto de 2024, revela um aumento preocupante nos casos de Síndrome Congênita Associada ao Vírus Zika (SCZ) até a Semana Epidemiológica 30 do ano, correspondente ao final de julho.
Foram registrados 31 casos suspeitos de SCZ, um incremento de 24% em comparação com o mesmo período de 2023. Esses casos estão distribuídos por 25 municípios, com a macrorregião de saúde Leste, especialmente a Região de Saúde de Salvador, concentrando a maioria das notificações.
A SCZ é uma condição grave resultante da infecção pelo vírus Zika durante a gestação, podendo causar microcefalia, alterações oculares, deformidades articulares, espasticidade, convulsões e problemas auditivos e de deglutição nos recém-nascidos. Em novembro de 2015, foi declarada uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional devido à seriedade dos impactos.
Dos 31 casos suspeitos notificados, 4 estão em investigação e 27 ainda não foram classificados, com um prazo de até 180 dias para a conclusão dos processos. O perfil sociodemográfico indica que a maioria das gestantes afetadas tem entre 20 e 29 anos e se autodeclara de cor parda. As crianças afetadas são predominantemente do sexo masculino.
Além disso, foram notificadas 47 gestantes como prováveis para infecção pelo vírus Zika, representando um aumento expressivo de 194% em relação ao período anterior. Estes casos abrangem 26 municípios em diversas macrorregiões de saúde, sem registros de óbitos confirmados entre as gestantes devido à infecção.
As diretrizes atuais recomendam a coleta e envio de amostras de sangue ou urina para o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado da Bahia para confirmação diagnóstica do vírus Zika. O monitoramento contínuo e as medidas de controle são essenciais para enfrentar essa crise de saúde pública e proteger a população.