O Sindicato dos Servidores Públicos de Ilhéus (Sinsepi) protocolou, na última sexta-feira (26), um dossiê sobre a situação da saúde na cidade. Os documentos foram entregues à prefeitura e ao Ministério Público e revela que o caos da saúde, em parte herdado do ex-prefeito Newton Lima, é muito maior que os 12 milhões de reais deixados em dívidas.
Nas mais de cem fotos anexadas ao dossiê, o reflexo de meses de descaso do ex-secretário Ronaldo Lavigne e da inércia da gestão Jabes Ribeiro. Em dez meses de governo, a prefeitura colocou apenas 3 unidades de saúde em funcionamento.
Entre os postos visitados pelo sindicato, estão o Centro de Saúde da Zona Sul, o Sarah Kubitschek, no Parque Infantil, o PSF do Nelson Costa, a unidade do Centro Social Urbano e a Policlínica da Conquista.
As fotos deixam clara a situação da saúde em Ilhéus, que é mantida com verbas próprias, mas não oferece as condições mínimas de atendimento ao cidadão.
Na Policlínica do Malhado, o lixo hospitalar é armazenado dentro da própria unidade. Agulhas e restos de curativos podem representar sérios riscos aos pacientes, mas, para o bem ou mal, a unidade passa mais tempo fechada que aberta.
Em todas as unidades, a precariedade da estrutura física, unida à falta de material de consumo, é o principal problema.
A falta de funcionários e a sobrecarga de trabalho sobre os poucos que sobraram só ratifica o erro do prefeito Jabes Ribeiro, que, no início do ano, demitiu todos os contratados da saúde, mas não contratou outros trabalhadores.
Na comunidade do Salobrinho, por exemplo, somente uma unidade funciona, mas sem qualquer aparato material e de funcionários.
O dossiê do sindicato tem por objetivo forçar o município, por meio do Ministério Público, a organizar a saúde, que conta com muita verba federal mas corre o risco de perder os repasses. Em caso de mau uso do dinheiro, convênios podem ser suspensos e o município multado.