Nesta quarta-feira (04), o Tribunal do Júri da Comarca de Ilhéus condenou Edivan Moreira da Silva, conhecido como “Van de Moreira”, a 13 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do indígena tupinambá Adenilson Silva Nascimento, o Pinduca, de 55 anos.
O crime aconteceu em maio de 2015, na comunidade de Sapucaeira, na estrada que liga Ilhéus a Una. Segundo o blog do pimenta, o julgamento também confirmou a responsabilidade de Edivan por balear Zenaildes Menezes Ferreira, esposa de Pinduca, que sobreviveu ao ataque.
As investigações apontaram que o crime foi motivado por disputa de terras, um conflito que se intensificou após a retomada da Fazenda Boa Esperança pelos indígenas, em 2013. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Edivan em 2019, descrevendo o crime como uma emboscada premeditada que impossibilitou a defesa das vítimas (relembre aqui).
Segundo a denúncia, três homens encapuzados participaram do ataque, mas apenas Edivan foi identificado e levado a julgamento. O crime foi brutal Pinduca foi atingido por vários disparos enquanto voltava para casa com a família, e Zenaildes, que carregava a filha de um ano no colo, foi baleada na perna e nas costas.
Para sobreviver, ela fingiu estar morta. Mesmo ferida, a mulher testemunhou o marido ser atingido por tiros à queima-roupa. As evidências contra Edivan incluíram relatos de testemunhas, ameaças anteriores feitas à vítima e dados telefônicos que o colocaram na área do crime.
Edivan Moreira está preso no Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, e a defesa já anunciou que vai recorrer da decisão. O caso trouxe à tona a violência contra comunidades indígenas na região e a longa luta por justiça, marcada por anos de impunidade e conflitos fundiários.