No município de Feira de Santana, o segundo maior da Bahia, um caso inusitado reflete o quanto ainda temos que evoluir no quesito saúde pública. Na cidade, um homem luta na Justiça para conseguir antecipar a realização de uma cirurgia na perna . Mesmo sem poder andar direito, ele só conseguiu uma vaga para 2015. A operação é para corrigir um primeiro procedimento que deixou sequelas, após um acidente de moto ocorrido em março de 2005.
José Carlos sofreu o acidente há 8 anos e ficou internado no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, mas foi transferido para Salvador, onde realizou uma cirurgia na perna esquerda. Atualmente, ele não consegue dobrar a perna. Segundo José Carlos, ocorreu um erro médico e ele precisa fazer novamente a cirurgia, mas não consegue vaga para 2014.
Ele conta que foi até a secretaria municipal de Saúde e deram um prazo de 2 anos para que o procedimento fosse realizado. Apenas em fevereiro de 2015 vai ter vaga no Hospital Manoel Vitorino, em Salvador. José Carlos entrou na justiça, procurou a Defensoria Pública, a ouvidoria, o Ministério Público, mas atá agora não conseguiu solucionar o problema
“Eu estou até hoje subindo e descendo, sem poder fazer nada. Vou em médico, o médico diz que não pode fazer nada, disse que não vai pegar pepino de ninguém. Procurei a Justiça e a disseram que não podem fazer nada, inclusive eu já tenho uma ordem judicial desde 2009 que é para o Estado e o Município realizarem uma junta médica para diagnosticar o problema e fornecer todos os tratamentos e medicamentos. E isso também não sai do lugar”, denuncia José Carlos de Jesus Barbosa.
O diretor de atenção à saúde do município disse que a secretaria de Saúde fez a triagem e regulou o paciente, mas não pode interferir na lista de espera dos hospitais. “Nós encaminhamos os pacientes para os hospitais referenciados e esses hospitais fazem uma triagem. De acordo com essa triagem que eles avaliam a urgência e emergência para realização da cirurgia. Essa cirurgia existe uma lista de espera. Os pacientes são encaixados e essa lista é interna do hospital”, afirma Luiz Falcão.
De acordo com a promotoria de Justiça, uma junta médica já foi solicitada para avaliar José Carlos e para a cirurgia ser feita o mais rápido possível. Sobre a denúncia de erro médico, citada por José Carlos, foi aberto um inquérito, mas o Ministério Público enviou um relatório descartando esta possibilidade.