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DISTRITO DE BANCO CENTRAL ESTÁ NO ESCURO

Por Gabriel Nascimento, professor
gabriel artigoBanco Central é um desses distritos de Ilhéus e também curral eleitoral jabista. Lá, por diversas vezes, acompanhei a incursão jabista que sempre foi determinante: as atitudes de coronel, o que continua sendo, e o profundo esquecimento que o povoado recebeu desse gestor em toda sua história. Sou ainda da época que existia cacau e que o escoamento de fato era uma realidade. 
Um dos currais eleitorais mais preponderantes para a vitória de Jabes na última eleição foi a zona rural. Os mais de 30 distritos e subdistritos pertencentes ao município também foram os que mais sofreram com as mazelas herdadas do jabismo e que tiveram continuidade nas últimas gestões. Últimas gestões que, pode-se dizer, foram jabistas ou neojabistas, como queiram chamar, desde que jabismo signifique atraso.
Tudo isso inclui dizer, aliás, que aquele jovem político que surgiu décadas atrás chamado Jabes Ribeiro e que representava uma alternativa para Ilhéus, hoje é claramente visto como um dos maiores fracassos da cidade em sua história. Fracasso administrativo, fracasso na negociação com os diversos setores, total fracasso. Sou do tempo que, ainda criança no distrito de Banco Central, acompanhei a gestão de Jabes perseguindo professores. Hoje quando vejo o nosso ex-jovem político fazendo o mesmo com os funcionários públicos, fico a pensar que nosso atraso é muito maior do que parece. É um atraso cultural fomentado por esses fantasmas filhotes dos governos militares, das elites atrasadas e provincianas e de um clero falso moralista que há mais de 500 anos chegou aqui em caravelas. O jovem político logo se tornou um emblemático filhote do carlismo, do fisiologismo puro que vai de partido a partido (de direita) buscando se associar a quem está ganhando. Dessa vez no Partido Progressista, uma espécie de seita ainda viva e apoiadora do que é mais conservador e atrasado nesse país. Esse é o partido de Jabes, aquele jovem político.
Banco Central é um desses distritos de Ilhéus e também curral eleitoral jabista. Lá, por diversas vezes, acompanhei a incursão jabista que sempre foi determinante: as atitudes de coronel, o que continua sendo, e o profundo esquecimento que o povoado recebeu desse gestor em toda sua história. Sou ainda da época que existia cacau e que o escoamento de fato era uma realidade. O esquecimento que o distrito recebia era tanto que, no auge da crise do cacau, o escoamento era feito em cidades como Ubaitaba e Ubatã, por causa da estrada. A estrada (como mostrado recentemente pelo Ilhéus24horas) continua a mesma coisa. O total esquecimento foi prática recorrente desde os governos jabistas até a atualidade. Nunca houve uma alternativa diferente eleita em Ilhéus, senão esse atraso retumbante. Durante a campanha eleitoral de 2013, o atual alcaide, então candidato, nem se importou em dar atenção exagerada ao distrito, pois sabia que aquele era oportunamente um de seus mais importantes currais de cabeça, dado a quantidade pequena de eleitores e o conservadorismo ali presente. Também não houve dificuldade porque os mesmos candidatos a vereadores que faziam parte da aliança de oposição a Jabes, capitaneada pela candidata Carmelita Oliveira (PT) tinham cabos eleitorais pedindo voto, às escondidas, para Jabes. Um deles foi o candidato Gilmar Sodré, o “Liquinha”, na época pelo PMN. Possivelmente, essa foi uma das pedras no calcanhar de Carmelita.
O fato é que agora voltamos à estaca zero, com o mesmo coronel de sempre, o mesmo professor que abandonou as aulas na UESC e nunca mais voltou e o mesmo fisiologista que somente acredita no poder pelo poder (vide o apoio ao governador Jaques Wagner, para poder indicar cargos), voltando agora para acabar sua reforma do atraso com mais atraso. Sem médico, enfermeira, professores e com uma estrada ruim e atuação ineficiente do legislativo ilheense, Banco Central pode servir de prova à constatação de que, se Ilhéus está no escuro nessa gestão tragicômica, em Banco Central, há mais de 70 quilômetros da zona urbana, nenhuma luz chegou, graças a uma herança de chumbo da esquizofrenia política desse velho novo político da direita mais atrasada do Brasil.