Quem não tem interesse ou capital para tocar o próprio negócio no Carnaval, mas quer ganhar algum dinheiro, pode ficar de olho nas oportunidades que surgem em várias áreas. “Todos os setores da economia abrem vagas para o Carnaval. Desde a fabricação de tecidos e fantasias até trabalhos como o de cordeiros, garçons, seguranças, são mais de 150 mil postos só durante os sete dias de festa”, aposta o presidente do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador (Comcar), Pedro Costa.
O Sine Bahia anunciou, ontem, a abertura de 800 vagas para cordeiros, mas Mateus Silva, representante do Sindicato dos Cordeiros, afirma que são muito mais vagas. “Essas não são nem um décimo. Em todo o Carnaval, serão chamados mais de 50 mil cordeiros”, garantiu. Hoje, o sindicato se reúne com donos de blocos para discutir o valor da diária dos trabalhadores. “Ano passado foi R$ 37. Este ano, queremos R$ 65”, afirmou.
As gêmeas Beatriz e Bruna Serrano, 20, trabalham pelo quarto ano seguido na empresa Central do Carnaval, que controla a venda de mais de 20 blocos e 10 camarotes. “Com o dinheiro a gente viaja, curte o Carnaval ou compra coisas”, diz Beatriz, que fatura, em média, R$ 800, além de benefícios como descontos em abadás e camarotes.
Desempregado, o biólogo Tiago Arantes, 28, está em busca de uma forma de faturar algum dinheiro no Carnaval. “Eu tenho amigos que foram guias de turistas e ganharam muito bem como intérpretes”, disse, revelando que topa qualquer negócio.
“Se alguém me arrumar uma produção de camarote pra cumprir uma função estressante, com fone no ouvido o dia inteiro, mas pagando bem, eu topo”.
O espírito para quem quer um trampo extra no Carnaval tem de ser este mesmo – o de topar tudo – de acordo com a especialista em recursos humanos Rebeca Silva. “Hoje um diferencial profissional é a capacidade de lidar com problemas, vontade de vencer, enfrentar problemas e adversidades”, argumentou.