A última eleição para a prefeitura de Ilhéus foi realmente complicada. Com uma grande quantidade de votos dados ao candidato do PSOL e votos nulos, Jabes ganhou por uma maioria que não representou de fato a população de Ilhéus. O fato é que foi uma eleição legitimamente democrática, com o entrave de que a quantidade de votos nulos não deu de fato uma vitória ao atual prefeito.
Jabes é o velho que veio fazer renovação do velho envelhecendo o que ainda nem sequer deixou de ser jabista. Carmelita, derrotada pelos votos nulos e pelo candidato do PSOL, Jorge Luiz, não foi derrotada pelo candidato do PP, atual prefeito. Os eleitores de Jabes foram e são pessoas conformadas com uma Ilhéus que vive à sombra de uma cultura cacaueira coronelista que já morreu. Exceção aí são as pessoas que ficaram entre a cruz e a espada e preferiram o grão-coronel e as pessoas da zona rural que historicamente não foram ensinadas a pensar política brasileira. Nem Carmelita perdeu para Jabes, nem Jabes venceu a eleição de fato com a ampla maioria dos ilheenses. Jorge Luiz e os votos nulos têm muito a dizer. O principal que esse fenômeno tem a nos dizer é que a grande quantidade de eleitores que votaram nulo, em Jorge Luiz ou Carmelita continuam insatisfeitos com os desmandos da atual administração Jabes Ribeiro. Mas esse ano podemos derrota-lo na urna.
Cacique do partido progressista, Jabes Ribeiro indicou, junto ao seu partido, quadros para a atual gestão do governo estadual. Ele é líder nato. Tem candidatos a deputado estadual e federal. E derrotar esses candidatos é derrotar Jabes na urna. Os eleitores de Carmelita e Jorge Luiz, bem como aqueles que votaram nulo, têm a oportunidade de derrotar o jabismo na urna. Os candidatos de Jabes são do Partido Progressista, um filhote da ditadura militar. Há quem diga que eles são Mário Negromonte e Mário Negromonte Jr., pai e filho, respectivamente possíveis candidatos à reeleição ao pleito de deputado federal e deputado estadual. É ao lado deles que Jabes promete a passagem de casa em casa, pedindo seu voto. Jabes merece perder esse jogo, perder força dentro de seu partido, perder força de articulação no legislativo. Muita gente até não sabe, mas uma derrota como essa tem peso total nas decisões das legendas sobre investimento em candidatos, apoio para articulações e desmandos, como os que Jabes apronta em Ilhéus atualmente. Trata-se da vontade política – do eleitor. Derrotar os Negromonte é derrotar Jabes. Tem ainda, não menos importante, outro possível grande candidato do seu partido, o magnífico Ronaldo Carletto. Esse candidato a deputado federal. Grande empresário da região sul-baiana, Ronaldo já é deputado estadual e é, para além desse detalhe, acionista majoritário da Rota Transportes. São esses detalhes que enriquecem os candidatos de Jabes, membros de um partido filhote da ditadura militar, ricos e poderosos.
Chegou a hora do eleitor de Ilhéus começar a derrotar o coronelismo jabista e o ano de 2014 pode ser o grande começo
