TEL AVIV — Um tribunal israelense sentenciou nesta terça-feira a 30 anos de prisão o líder de uma seita religiosa acusado de abusar sexualmente de suas mulheres e filhas. O polígamo Goel Ratzon, de 64 anos, foi inocentado das acusações de escravizar as 21 esposas e 38 filhos que mantinha em várias casas em Tel Aviv.
Com o longo cabelo branco na altura dos ombros, Ratzon foi acusado pela promotoria de abusos em meio a ilusões de divindade. Um tribunal em setembro já o havia condenado por estupro, sodomia, sexo com menor de idade e fraude. O réu argumentou que as mulheres — muitas das quais tinham o seu nome tatuado no corpo — viviam em sua companhia por vontade própria.
“Se fôssemos dar uma sentença para cada crime separadamente, ela chegaria a três dígitos”, escreveram os juízes no veredicto. Ratzon terá ainda que indenizar as vítimas.
Ratzon foi descoberto como resultado de uma reportagem de TV, seguida de uma investigação policial. Acredita-se que tenha chegado a ter 32 esposas, começando a se envolver com algumas delas quando ainda eram adolescentes, e 49 filhos. Ele foi preso em 2010.
Uma das esposas, no entanto, identificada como Maayan, elogiou a sentença dizendo que impediria o surgimento de cultos semelhantes.