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RESPEITEM A DECISÃO DO POVO NAS URNAS

JULIO GOMES

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.
Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

Tivemos a eleição presidencial mais equilibrada de toda a nossa história, com 51,64% dos votos destinados à presidenta Dilma; e 48,36% endereçados ao candidato de oposição, Aécio Neves.

Apaixonada, com lances de agressividade e disputadíssima, a eleição acabou na data de 26 de novembro. Mas parece que parte dos eleitores ainda não entendeu – ou se recusa a entender – esta obviedade.

Por parte de alguns eleitores de Dilma observa-se um tom de gozação para com os vencidos, sobretudo nas redes sociais, que simplesmente não cabe em assuntos de tamanha importância. O processo eleitoral já acentuou demais os antagonismos, os ressentimentos e as ações reprováveis, de modo que não se deve revolver tamanha carga de negatividade. Além disso, eleição de Presidente não pode ser tratada com a mesma desfaçatez com que se trata o resultado de uma partida de futebol.

Em contrapartida, da parte de alguns aecistas vemos absurdas manifestações públicas de pedido de impeachment de Dilma ou de intervenção militar, ambas juridicamente descabidas, e inaceitáveis do ponto de vista político, pois há menos de dez dias atrás o único objetivo destas pessoas era eleger o candidato do PSDB, e essas manifestações jamais existiriam caso o mesmo tivesse sido eleito. São, na melhor das hipóteses, um casuísmo que merece ser reprovado com vigor.

O Brasil se encontra diante de graves desafios, com uma Presidente que precisa compor um gabinete de governo que contemple a diversidade das forças políticas necessárias à governabilidade e, ao mesmo tempo, tenha compromisso com as mudanças que foram requeridas pelas urnas. Uma tarefa digna de Hércules!

A oposição, por seu turno, não pode se fechar no confortável papel de quem tudo exige e em nada contribui, como se não fizesse parte do Congresso Nacional, como se não tivesse elegido deputados e senadores que também têm a obrigação de propor, votar e aprovar as mudanças que o Brasil precisa.

Neste contexto, acirrar infantilmente antagonismos ou partir para um golpismo irresponsável são atitudes que em nada contribuem para a construção de um Brasil melhor.

A todos nós – eleitores e eleitos – cabe um profundo respeito aos resultados apresentados pelas urnas. E se não houver algo de bom a ser dito, não falar besteira poderá ser uma excelente contribuição.