Os candidatos derrotados no primeiro turno nas disputas pelos governos estaduais em todo o Brasil acumularam dívidas de campanha que, combinadas, chegam a R$ 76,5 milhões, conforme levantamento. Cinco governadores eleitos em primeiro turno também acumularam dívidas, mas na casa dos R$ 19,5 milhões.
Os dados tomam como base a prestação final de contas dos candidatos que ficaram de fora das disputas do segundo turno em todo o Brasil, entregues esta semana ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se somadas as dívidas dos governadores eleitos em primeiro turno, com os candidatos derrotados já na fase inicial da campanha, o déficit dos candidatos chega a R$ 96 milhões.
Dos 134 candidatos derrotados logo no primeiro turno, a maior dívida é do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), então candidato ao governo do Estado de São Paulo. Padilha acumulou dívidas de R$ 24,7 milhões. Ele arrecadou na campanha, R$ 15,5 milhões. Mas teve gastos de R$ 40,2 milhões.
Ainda na lista dos grandes endividados, estão o senador Lindbergh Farias (PT), candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, a ex-ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann; o senador Armando Monteiro (PTB), que disputava o governo de Pernambuco e o senador Eduardo Amorim (PSC), que disputava o governo de Sergipe. Farias acumulou dívidas de R$ 12 milhões, Hoffmann de R$ 5,9 milhões; Monteiro e Amorim de R$ 4,8 milhões.
Ao todo, dos 134 candidatos derrotados, 29 terminaram com dívidas de campanha, 36 declararam que arrecadaram exatamente o mesmo que gastaram e 47 fecharam as contas no azul, tendo mais receitas que despesas. Nestes caso, os candidatos que obtiveram “lucro” na campanha, terão que repassar os recursos restantes para o fundo partidário ou para a sua respectiva legenda. Dos 134 candidatos derrotados, 22 ainda não prestaram contas.
Dos candidatos endividados, chamam atenção alguns casos como o de Sergipe, em que o candidato Alberto dos Santos (PTN) teve apenas uma doação própria, de R$ 1 mil e ele gastou R$ 31 mil na campanha. No entanto, a maior dívida proporcional é do candidato do PCB ao governo do Amapá, Délcio Araújo Gomes: ele arrecadou R$ 6,9 mil, mas gastou R$ 1 milhão na campanha. Ou seja, seus gastos foram 144 vezes maior que sua arrecadação.
Eleitos – Já entre os governadores eleitos no primeiro turno, o maior endividado é Rui Costa (PT), da Bahia. Ele gastou R$ 13,1 milhões a mais do que arrecadou. Durante a campanha, ele arrecadou R$ 32,1 milhões, mas gastou R$ 45,2 milhões. Além dele, terminaram a disputa no vermelho os candidatos Flávio Dino (PCdoB), que venceu as eleições no Maranhão; Pedro Taques (PDT), vencedor em Mato Grosso; Beto Richa (PSDB), reeleito no Paraná e Paulo Câmara (PSB), eleito em Pernambuco.
Dino, por exemplo, tem dívidas de campanha de R$ 900 mil; Taques de R$ 2,4 milhões; Richa gastou R$ 3,8 milhões a mais do que arrecadou e Paulo Câmara, arrecadou R$ 1,1 milhões a menos do que gastou.
Dos 13 governadores que foram eleitos no primeiro turno, seis conseguiram fechar os caixas de campanha no azul: o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB); o filho do presidente do Senado, Renan Filho (PMDB); Paulo Hartung (PMDB), no Espírito Santo; Fernando Pimentel (PT), em Minas Gerais; Wellington Dias (PT), no Piauí e Jackson Barreto (PMDB). Dois declararam à Justiça Eleitoral que arrecadaram exatamente o mesmo que gastaram: o governador reeleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD) e o ex-governador de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).
Confira quanto os candidatos derrotados arrecadaram e gastaram