Em seu perfil no Facebook, o professor Perimar Moura, que leciona do IFBA de Uruçuca, relatou um pequeno episódio sucedido com ele, que, assim acreditamos, servirá para que possamos refletir um pouco.
Vale a pena a leitura…
“Saindo de casa em meu carro, há pouco, passei por um ponto de ônibus sem cobertura, em um local onde o transporte pode levar até uma hora pra chegar.
Vi uma senhora aparentando uns 50 anos, esperando, sozinha, e debaixo de um sol escaldante. Encostei o carro e ofereci carona. Ela aceitou. Entrou, trajando um vestido longo, com cabelos presos e uma bíblia na mão.
No som do meu carro rolava uma seleção do Iron Maiden, em volume baixo, mas eu baixei um pouco mais, porém não mudei o álbum. Então o seguinte diálogo se desenrolou:
– Meu filho, você não deveria ouvir esse tipo de música.
– Mas por que senhora?
– Isso é coisa de Satanás.
– Não, é apenas uma banda de rock.
– Mas esse tipo de música é do mal.
– Senhora, eu não acredito em Satanás, nem em Deus.
– Como pode? Um jovem tão bonito, não pode ficar desprotegido. Acho que Deus me colocou no seu caminho hoje, para que tivesse oportunidade de conhecer a palavra.
– Enquanto estava no ponto a senhora viu muitos carros passarem?
– Sim…
– Acha que entre esses carros havia algum cristão?
– Mas é claro, quase todo mundo é cristão.
– Algum desses carros parou para oferecer carona à senhora?
– (Ela, já meio sem graça) Não, só você…
– Então, senhora, com todo respeito, se eu acreditasse numa forma de vida superior que a tivesse colocado no meu caminho, penso que seria para a senhora ter a oportunidade de quebrar esse tipo de preconceito, ao colocar um ateu que a estendeu a mão em ajuda, sem esperar absolutamente nada em troca, nem um lugar no céu, nem uma benção, nada, apenas porque achou correto e quis fazê-lo.
– Mas a bíblia diz…
– Querida, a bíblia diz muita coisa, inclusive que uma mulher não deve discutir com um homem mas aqui estamos nós, tendo um diálogo de igual pra igual, e com todo respeito da minha parte.
Ela se calou. A princípio parecia atônita, sem compreender o que estava acontecendo. Rodei três quilômetros fora da minha rota para deixá-la na porta da casa de sua irmã. Ela saltou, olhou-me envergonhada e agradeceu, sem saber bem o que estava de fato agradecendo… Estou em paz”.