Prefeitura pretende retirar os comerciantes, e fechar toda a área. Foto: Clara Serra.
O clima está tenso em meio aos comerciantes da rua Boa Vista, ao lado da central de abastecimento do bairro Hernani Sá (Urbis), zona sul de Ilhéus. Isso, alegam eles, porque a prefeitura quer expulsá-los do local, além de fechar o acesso para quem está morando no local, já que alguns deles construíram suas casas em cima dos imóveis onde funcionam seus estabelecimentos, e hoje residem crianças e idosos.
Tal situação vem se sucedendo devido a reforma que está sendo tocada no local, anunciada em meados de outubro do ano passado, e iniciada no último final de semana. Tal situação motivou a realização de um protesto hoje, que, segundo os comerciantes ameaçados de despejo, se alastrará durante toda a semana.
“Tem gente aqui há mais de 20 anos, que investiu toda sua vida nesse local. Prestamos um serviço não só à comunidade do bairro, mas para toda a cidade, que aqui vem em busca dos nossos serviços. Pagamos impostos, somos regularizados. Caso a prefeitura queira nos tirar, sem ao mínimo nos realojar e mediante indenizações justas, faremos aqui uma guerra civil. Pois daqui, eu só saio morto”, desabafou um dos comerciantes.
Reforma da central foi iniciada no último fim de semana. Foto: Clara Serra.
De acordo com o advogado dos comerciantes, na maquete inicial da central de abastecimento, construída há cerca de 27 anos, não existia os estabelecimentos do lado de fora, e que tal área foi doada, durante o governo do ex-prefeito Antônio Olímpio, em 1994. Logo, salienta o advogado, trata-se de área particular, e não pública, como a prefeitura vem tratando.
O advogado ressalta que já impetrou ação de manutenção de posse, na primeira vara da Fazenda Pública, onde o município foi intimado no dia 30 de janeiro. Também foi feita denúncia no Ministério Público, onde foi colocada a real situação dos comerciantes, que também residem no local, além de ter sido elencada algumas arbitrariedades cometidas pelos agentes municipais. Ainda de acordo com o advogado, foram impetrados também mandatos de segurança na primeira vara da Fazenda Pública, e na quarta vara Cível.
Já com os comerciantes da parte interna da central, a situação é diferente. Após a prefeitura constatar que havia muitos que possuíam mais de um box, houve um acordo, e a reforma do espaço, com verbas oriundas da Coelba, tratará de unir os boxes dos mesmos proprietários, além de realizar outros serviços no local.
Com a reforma já iniciada, os comerciantes estão alojados temporariamente, em barracas, do lado de fora da central. Segundo eles, diferentes das prometidas pela prefeitura, e armadas perigosamente próximas à obra, no caso, há menos de cinco metros do local da construção.
