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BRASIL O PAÍS DO GOLPISMO

EDUARDO REGIS

Eduardo Régis (Morcegão), é professor de História e militante do Movimento Negro.
Eduardo Régis (Morcegão), é professor de História e militante do Movimento Negro.

A História do Brasil está cheia de golpismo. Foi assim com o chamado “Golpe da Maior Idade”, em que o jovem Pedro II, antes de completar 15 anos, teve sua idade antecipada para 18, assumindo assim, em 1840, o trono do país com o título de Dom Pedro II, dando início ao segundo reinado (1840-1899).

Em 1899, os militares brasileiros deram um golpe de estado, destronando Dom Pedro II, e implantando a república, denominada de República Velha (1889-1930), e o país deixava de ter um regime monárquico para ser uma república presidencialista

Entretanto, em 1930, foram realizadas as eleições para presidente da república, que deram a vitória ao candidato governista, que era o governador do estado de São Paulo, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse, em virtude de um golpe desencadeado no mesmo ano, e acabou sendo exilado. Com isso, assume a presidência o seu opositor, Getúlio Vargas (1930-1945).

Getúlio Vargas, em 1937, ano que haveria eleições presidenciais, forja, junto ao integralista capitão Olímpio Mourão Filho, o “Plano Coeh”, espalhando pela imprensa, junto à população, uma ideia terrorista de que os comunistas iriam tomar o poder e implantar uma ditadura. Sendo assim, Vargas impediu as eleições e continuou governando.

No entanto, em 1954, Vargas era presidente do país novamente. Ele sofreria um golpe, mas cometeu suicídio, e o mesmo é adiado, somente acontece dez anos depois.

Contudo, em 1964, as forças armadas, articulada com setores da elite brasileira, da igreja católica, classe média, imprensa, etc, dá um golpe de estado no governo de João Goulart, e durante mais de 21 anos os militares governaram o país, onde implantaram uma ditadura militar.

Portanto, desde os anos 90, há mais de 25 anos, vem se consolidando nossa democracia. Porém, uma parte da elite brasileira, da classe média, de políticos opositores e alguns da base “aliada”, da grande mídia, etc, tentam criar um terceiro turno após a derrota de Aécio Neves para Dilma; com a operação Lava Jato, a aprovação da CPI da Petrobrás, querendo forçar um clima de impeachment contra presidenta reeleita sem nenhum fundamento legal.

Enfim, fazer protesto a favor ou contra um governo, criticar, ser oposição, é justo, democrático, todavia, querer destituir do poder de forma antidemocrática sem base jurídica, uma governante eleita legitimamente, é outra história.

 Isso beira o golpismo.