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FIM DE RECESSÃO NÃO ESTÁ EM VISTA

SÉRGIO MACHADO

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A esperança de que a economia brasileira possa se recuperar rapidamente diminui a cada dia. Enquanto parecia que o pior da crise da Petrobras já tinha ficado para trás e que a cotação do dólar caindo novamente, o resultado econômico do primeiro trimestre de 2015 publicado na semana passada decepcionou muitos analistas. O Brasil se encontra efetivamente em uma recessão e teve um crescimento negativo de 0,81% no período. A recuperação do Real que ocorreu durante as últimas semanas chegou ao fim. Isso, depois de cair abaixo de R$3,00 por um período breve, o valor do dólar subiu rapidamente para níveis acima do patamar de R$3,10. Confira o preço atual aqui neste site:  dolarhoje.com.br.

Não é apenas esta cotação indicativa da força ou fraqueza da economia brasileira que não dá motivo para otimismo. Parece que a qualquer momento, surgirá mais uma notícia que deixará os brasileiros mais abatidos. Os níveis de inflação somente param de subir aos poucos – resultado da intenção política de elevar o nível salarial em tempo em que a economia ainda estava crescendo sem que haja ganhos suficientes na produtividade.

Consequemente mais empresas se vêem na obrigação de demitir funcionários. Em Abril, a taxa de desemprego alcançou 6,4% – maior valor em 3 anos segundo o IBGE. Ainda segunda o instituto, a renda média real do trabalhador brasileiro recuou em aproximadamente R$ 10 entre marco e abril deste ano, sendo R$ 2138,50 atualmente. Por tão dolorosas que estas ocorrências sejam para a população neste momento, elas possibilitarão que a economia volte a crescer.

Outro fator agravante da crise é a necessidade do Governo Federal de fechar as contas. Para este fim, no meio de uma recessão só restam dois métodos: aumentar os impostos ou cortar gastos para tampar os buracos no orçamento. O fato da crise em si dificulta a situação ainda mais já que as arrecadações estimadas precisam ser corrigidas para baixo a cada nova estimativa, fazendo necessárias novas medidas governamentais.

Foi com este intuito que o governo aumentou os impostos sobre os lucros das instituições financeiras na semana passada de 15% para 20%. Apesar da crescente inadimplência no país, os grandes bancos beneficiam dos juros crescentes instituidos pelo Banco Central na tentativa de combater a inflação, produzindo lucros maiores. São estes lucros que o governo procura reduzir para abastecer seu orçamento. As instiuições da sua parte podem reagir com mais aumento de juros colocando mais um empecilho na volta ao crescimento que primeiramente afeta os investimentos das empresas e o créditos dos consumidores.

Não há uma sáida fácil desta situação em que quase todos os fatores não parecem ser favoráveis a uma melhoria em curto prazo. Tanto é que uma parte da esperança se resume a um cenário internacional favorável. Mesmo com sinais positivos da Europa e dos EUA não há indicações de que haja grandes impulsos externos para economia brasileira cuja recessão também influencia outros países sulamericanos. Com a Argentina e Venezuela em estado de crise, outros países vizinhos como Uruguay ou Paraguay apostam na recuperação do Brasil para gerar mais crescimento.

Neste contexto é ainda a desvalorização do Real frente a todas as outras moedas importantes, a saber, dólar americano, euro, libra esterlina e franco suiço que pode trazer um pouco de otimismo. Enquanto importações ficam mais caras, há maiores chances de exportação para empresas brasileiras e desenvolvimento de setores de indústria que não apenas poderiam contribuir com o desenvolvimento tecnológico do país, mas criar também novas vagas de emprego e esperança ao fim da recessão.