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O ESTRANHO CASO DA CIDADE QUE PAROU NO TEMPO

ampulheta-quebrada-grandeDe acordo com o calendário chinês estamos exatamente no ano de 4711. Já o muçulmano indica que vivemos no ano 1434. Por aqui, como se sabe, seguimos o cristão, que aponta que vivemos no ano de 2013 depois de Cristo.
Mas nada disso importa para uma singela cidade sulbaiana. Por lá, ou melhor, por aqui, o tempo parou. Tudo isso motivado pela absurda incapacidade administrativa dos gestores municipais que se sucedem em seu comando desde priscas épocas.
Para ficar mais claro onde estamos querendo chegar, imaginemos a Ilhéus dos anos 80 e comparemos com a que vemos nos dias de hoje. O que mudou de lá para cá?
Bem, com a exceção de algumas realizações (a grande maioria sem nenhuma contribuição dos gestores municipais) e o fato de que o cacau não é mais a peça motriz da nossa economia, podemos afirmar sem pestanejar, que tudo segue do mesmo jeito. Obviamente que com muito mais pessoas  por aqui, milhares de carros e veículos a mais, invasões às centenas em áreas que outrora eram manguezais, etc.
Ante isso, com certeza o fator populacional é o aspecto mais importante a ser abordado.
Os gestores que se sucederam dos anos 80 até 2013, negligenciaram que o número de pessoas que viveriam na cidade aumentaria vertiginosamente, e com isso, nada realizaram para que o quesito qualidade de vida fosse algo a ser vislumbrado em um futuro que hoje se evidencia como nem tão remoto.
Que intervenções urbanísticas notáveis foram realizadas? Pelo que nos consta, nenhuma. Uma ponte só havia na época, e até o momento, apenas uma é a responsável em ligar zona sul e centro. E não só ante essa questão. Não houve nenhuma preocupação em idealizar uma cidade com mais veículos. A consequência dessa burrice administrativa vemos hoje, com engarrafamentos para todas as saídas, e com muitas vias praticamente intransitáveis em horários de pico.
Se nos anos 80 todo o esgoto domiciliar era despejado sem nenhum tratamento nos rios e praias, a Ilhéus de 2013 segue do mesmo jeito. Como uma espécie de cidade medieval, onde o quesito saúde coletiva é negligenciado. Sem falar no sinistro sistema de fossas sanitárias, onde os dejetos são simplesmente jogados para debaixo da terra, contaminando lençóis freáticos e nascentes.
Paramos no tempo. E prova disso é que um dos responsáveis em tornar a cidade esse manifesto da má administração, foi reconduzido ao comando do município. O mesmo município que ele foi o principal responsável em tornar o que é hoje.
Pois é, se paramos no tempo é sinal de que a memória não é o nosso forte.