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“VAMOS CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE O CACAU SEJA VENDIDO COM PREÇOS MÁXIMOS”, AFIRMA GERALDO SIMÕES

geraldo simoes entrevistaVice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, o deputado federal Geraldo Simões (PT), um dos propositores da inclusão do cacau na Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), vê a medida anunciada pelo governo federal na última quinta-feira (04) como “uma grande vitória” da lavoura, que começa a se reerguer.
“Garantidos os preços mínimos, vamos criar condições para que o cacau seja comercializado com preços máximos”, afirma Geraldo.
Segundo o deputado, era injusta a ausência da amêndoa na política nacional, criada há 70 anos. Para garantir o preço mínimo de R$ 75 para a arroba do cacau, o governo federal, por meio de suas agências, compra o produto e estoca, mantendo o controle sobre o mercado.
Com esse novo passo dado à frente pelos produtores, Geraldo pontuou para o ILHÉUS 24H os novos desafios da lavoura regional.
“Não podemos continuar com a produtividade em torno de 20 arrobas por hectare. Precisamos aumenta-la para 50 arrobas. Precisamos também mudar a nossa cultura; ao invés de vender amêndoa de cacau, temos de produzir chocolates finos”.
Defendeu a transferência para a Ceplac da responsabilidade pela emissão de licença para o manejo da propriedade, hoje feita pelo governo do Estado; criticou a “criação exagerada de unidades de conservação”; e defendeu a criação de “novo marco regulatório para disciplinar as exageradas demarcações de terras indígenas”.
Na conversa, o deputado federal se mostrou favorável ao fim da importação de cacau da África. Nesta semana, outro navio atracou no Porto do Malhado com nova carga da amêndoa. Produtores locais reclamam da má qualidade do produto importado e da falta de critérios sanitários.
“Em um determinado momento, quando a produção nacional foi reduzida a 100 mil toneladas/ano e o nosso parque industrial de transformação de cacau localizado em Ilhéus demandava 200 mil toneladas/ano, foi importante a importação de cacau da África e da Ásia para a manutenção das indústrias. Neste momento, quando a produção nacional alcança a marca de 200 mil toneladas com tendência a aumentar, a importação não é mais uma necessidade”.