ILHÉUS 24H :: Porque a notícia não para. Porque a notícia não para

NORDESTE VOLTA A SER ALVO DE XENOFOBIA APÓS SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES

Xenofobia tomou conta das redes sociais mais uma vez

Assim como ocorreu no primeiro turno das eleições 2018, os nordestinos, incluindo baianos, voltaram a sofrer com ataques de xenofobia nas redes sociais, após o segundo turno das eleições, neste domingo (28). A região foi a única em que o candidato Fernando Haddad (PT) foi mais votado que seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL).

A exemplo do que ocorreu em 2010 e 2014, quando a eleição de Dilma Rousseff (PT) foi sucedida de comentários depreciativos em relação a baianos e nordestinos nas redes sociais, uma série de postagens ofensivas e com apologia à violência vieram à tona na web. Palavras e xingamentos como ‘macacos’, ‘demônio’ e ‘desgraça’ foram apenas alguns dos comentários de ódio feitos contra os nordestinos.

No primeiro turno, segundo a revista VICE, as denúncias mais frequentes foram contra “xenofobia” e “violência e discriminação contra mulheres”. A primeira subiu mais de 4.000% em relação ao ano passado. No total, foram 5.544 denúncias em 2018 contra apenas 130 em 2017.

Já a categoria “violência e discriminação contra mulheres” teve aumento de 1.287% em relação ao ano passado, com número 14 vezes maior que o ano passado. Até o primeiro turno, foram 1.568 denúncias contra 113 no ano passado.

Segundo o diretor-presidente da organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil, Thiago Tavares, as páginas na internet e nas redes sociais que promovem o ódio e a discriminação contra a população de origem nordestina podem ser consideradas xenófobas e têm violações aos direitos humanos e podem ser investigadas, assim como seus autores, que poderão ser punidos. Tavares explica que, assim como quem cria, quem compartilha um conteúdo de ódio e preconceito também pode ser responsabilizado criminalmente. 

A ONG foi criada em 2005 com foco na defesa dos direitos humanos na internet e é operada em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. As denúncias podem ser feitas de forma anônima na página da SaferNet, apenas copiando o link da página que tem a violação. Outra alternativa é enviar a denúncia pelo site do Ministério Público Federal.

 

FONTE: Correio da Bahia