Crítico à esquerda e defensor da “tolerância zero” contra crimes, o futuro ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PSL), o advogado e administrador Ricardo de Aquino Salles que foi indicado neste final de semana, é réu de ação civil pública ambiental e de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público de São Paulo em maio do ano passado.
À época, Salles era secretário estadual do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). São alvos da mesma ação a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e outros dois funcionários públicos de São Paulo.
A ação da qual Salles é réu diz respeito à elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016.
Segundo dados apresentados na ação civil, a área de proteção citada contém 7.400 hectares, foi criada em 1987 e abrange 12 municípios da Grande São Paulo. A área de várzea do rio Tietê cumpre “função reguladora das cheias do rio, contribuindo, por conseguinte, para minimizar as enchentes nas regiões por onde passa
O MP-SP pediu aos acusados na ação civil ambiental e de improbidade administrativa, entre outras punições, o pagamento de multa de R$ 52,74 milhões (valor corrigido) e a suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.
À imprensa, Salles negou irregularidades: “Sou réu, mas não há decisão contra mim. São todas [decisões liminares] favoráveis a mim. Todas as testemunhas foram ouvidas, todas as provas produzidas e o processo está concluso para sentença, pode ser sentenciado a qualquer momento. Todas as testemunhas ouvidas, de funcionários do governo e fora, corroboraram a minha posição.”