A pesquisa eleitoral realizada pela empresa Sócio Estatística e divulgada em primeira mão pelo Blog do Gusmão no dia 05 de setembro de 2019, exibiu o provável cenário dos pré-candidatos à prefeitura de Ilhéus em 2020. De acordo com a divulgação, 1004 pessoas foram ouvidas entre o período de 13 a 17 de agosto.
O resultado dos primeiros nomes em quem os entrevistados votariam, caso as eleições fossem hoje, estabeleceu o que podemos chamar de “G-6”, grupo dos seis partidos que lideram a pesquisa. Nessa observação, o PP-11 ocupa o primeiro lugar com Cacá (9.86%) e Jabes Ribeiro (8.47%); Em segundo, aparece o PODEMOS-19, com Valderico Júnior (9.36%); A terceira posição fica com o PSD-55, do atual prefeito Mário Alexandre (8.07%); Em quarto está o PDT-12, com Cosme Araújo (7.87%); Na quinta colocação, o PSB-40 de Bebeto (5.38%); e em sexto, o PSOL-50, com Jorge Luiz (3.29%).
É claro que se considerarmos as movimentações táticas da base aliada ao governo do estado, o G-6 pode se tornar G-4 ou até G-3. Mas com base nessa classificação dos seis partidos, o que fica em evidência é a pré-campanha de nomes que não saem do cenário político:
Os nomes do PP, por exemplo, não saíram de cena. Cacá foi vice-prefeito de 2013 a 2016 e emendou o seu planejamento para se candidatar em 2020, desde a candidatura à Deputado Estadual em 2018. Com isso, pontua bem no G-6, sem surpresas;
O segundo colocado, Valderico Júnior vem demonstrando sua pré-campanha há bastante tempo, com reuniões, presenças em eventos públicos e por meio da sua emissora de rádio, que veicula o seu nome o tempo inteiro. Esse empenho faz a boa colocação ser apenas uma consequência;
Assim como Mário Alexandre, que a partir do uso da máquina pública, faz a pré-campanha de forma permanente. O terceiro lugar pode soar frustrante ao prefeito, que sente a rejeição de um mandato.
CosmeAraújo, ex-vereador e candidato a deputado federal em 2018, também não saiu de cena, utilizando sua profissão para figurar na mídia, como advogado em casos famosos. Dessa forma, não podia faltar no G-6;
Logo em seguida vem Bebeto Galvão, com bastante visibilidade pública, após um mandato de deputado federal encerrado em dezembro de 2018. Sem novidade, aparece entre os primeiros;
Fechando a lista, Jorge Luiz muda um pouco o roteiro do G-6. O pré-candidato do PSOL não tem a mesma visibilidade dos outros, muito menos a estrutura. Sua pré-campanha, de fato, só deve começar em novembro, quando se aposenta do trabalho como servidor público, pelo qual cumpre agenda de segunda a sexta. Estar entre os seis é resultado do corpo a corpo que realiza com a base mais popular da cidade.
Além de observar a pré-campanha dos nomes do G-6, é válido fazer uma leitura de como esses partidos se posicionam na atual conjuntura política:
O PP, o PODEMOS e o PSD, partidos das três primeiras colocações, são alinhados à política direitista do presidente Jair Bolsonaro (PSL) – apoiaram a reforma da previdência e demais projetos federais. O risco dessas pré-candidaturas é o desgaste precoce do governo bolsonarista, com as recorrentes polêmicas e o crescimento da rejeição em todo o país;
Os dois partidos que ocupam a quarta e a quinta posição, PDT e PSB, estão na oposição a Bolsonaro, com enfrentamento diário na câmara e no senado. Porém, fazem parte da base aliada do governador Rui Costa (PT), duramente criticado nas áreas de educação, de saúde e do funcionalismo público;
O PSOL, de Jorge Luiz, se difere mais uma vez dos seus concorrentes. O partido exibe a principal representação da esquerda independente, fazendo oposição aos governos de Bolsonaro, de Rui Costa e do prefeito de Ilhéus Mário Alexandre.
Os outros nomes até surpreenderam ao aparecer abaixo do G-6: o Professor Reinaldo (PRTB) realiza pré-campanha, inclusive com outdoors pela cidade; o atual vice-prefeito, José Nazal (REDE), vem plantando sua pré-candidatura atacando os erros de Marão; o ex-vereador Alcides Krushewsky (PSB) também têm se apresentado como pré-candidato; o empresário Nilton Cruz (PT) reflete o momento ruim do partido com apenas 1.49%; Adélia Pinheiro, ex-reitora da UESC, atual secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação e pessoa de confiança de Rui Costa, mostra o seu distanciamento à política municipal, com 0.80%. Para esses pré-candidatos, a caminhada rumo ao G-6 será árdua, porém não impossível.
Com esse cenário exposto pela pesquisa da Sócio Estatística, podemos observar que a corrida eleitoral segue praticamente na mesma tecla das eleições anteriores. Aqueles que possuem a maior estrutura e as melhores condições de visibilidade, garantem seu lugar entre os primeiros. Claro, com exceção a Jorge Luiz, o único “bem na fita” que ainda não iniciou a pré-campanha.
O eleitorado ilheense deve se lembrar bastante de Jorge pela eleição de 2012, quando o candidato do PSOL surgiu na primeira pesquisa com apenas 9,2%, foi subindo ao longo da campanha, e emplacou 22,83% dos votos válidos. Diante de surpresas como essa, devemos ficar atentos ao G-6, que deve trazer muita emoção até a eleições de 2020.
Por Pablo Brandão.