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OMS SUSPENDE TESTE COM HIDROXICLOROQUINA EM TRATAMENTOS CONTRA CORONAVÍRUS

Medicamento ainda faz parte do protocolo do Ministério da Saúde

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, anunciou que suspendeu os testes com hidroxicloroquina em suas pesquisas para avaliar um tratamento contra o coronavírus.

A decisão foi tomada depois que a revista The Lancet publicou um estudo sobre os riscos do remédio. Segundo Tedros, a “pausa” nas pesquisas será adotada até que a questão da segurança do remédio seja avaliada em detalhe. A pesquisa com 96 mil pacientes publicada na revista científica diz que o uso desse medicamento pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.

A OMS insistia que não tinha evidências científicas do resultado positivo da hidroxicloroquina. Mas decidiu incluir o remédio nas pesquisas que estava conduzindo em cerca de 400 hospitais pelo mundo. Diante da constatação da revista de que o remédio pode representar um risco, a decisão foi a de suspender por enquanto a continuação dos testes.

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, explicou que, diante da incerteza, a opção da OMS foi pela “cautela” e suspendeu temporariamente os testes. “Queremos usar o remédio. Mas se for seguro”, disse. Segundo ela, o resultado da revisão deve ser anunciado em uma ou duas semanas.

Ela apontou como agências reguladoras de diferentes países alertaram sobre os riscos, enquanto pesquisadores ligados à OMS também questionaram a continuação dos testes.

Michael Ryan, diretor de operações de emergência da OMS, indicou que não identificou problemas com o uso do remédio nos testes. “Apenas estamos agindo com abundância de cautela antes de continuar testes”, explicou. De acordo com a agência, o uso do remédio contra a malária continua sendo autorizada.

Na quarta-feira passada (20), o Ministério da Saúde divulgou protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes em todos os casos, inclusive os com sintomas leves, para tratar do novo coronavírus.

O protocolo, que sugere a combinação dos dois medicamentos com a azitromicina, é uma recomendação para a rede pública de saúde e defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. A utilização do medicamento foi o principal motivo de divergência do presidente com o ex-ministro Nelson Teich. (UOL)