A cúpula do Ministério da Saúde deve esperar alta consistente no número de mortes por coronavírus para adotar medidas contra a segunda onda de contaminação no Brasil. Nesta semana, o Imperial College alertou que a taxa de transmissão da Covid-19 passou para 1,10, três dias após ser estimado em 0,94.
De acordo com informações do Estado de S.Paulo, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) tem dito a interlocutores que, apesar do aumento de casos em alguns locais, não é esperada proporção de mortes semelhante àquela registrada no início da pandemia. O general defende que primeiro seja observado o comportamento do “novo ciclo” da doença na Europa para então compreender como a contaminação se passará a se comportar no Brasil.
Pazuello teria argumentado também que ainda não há motivos para reforçar medidas de proteção, já que o aumento de contaminação seria normal após a flexibilização das medidas de distanciamento social. Apenas a curva de óbitos seria o indicador de que é preciso agir.
Apesar da postura da pasta, secretários de estados e municípios têm pressionado o Ministério da Saúde para ajudar no controle da pandemia. Os gestores pedem reforço na estratégia de testes e garantia de que renovação do custeio de leitos exclusivos para tratar pacientes com a doença. A preocupação é que o estado de calamidade pública decorrente de crise sanitária causada pelo novo coronavírus só tem validade até 31 de dezembro, e o Orçamento de 2021 não prevê dinheiro extra para financiar o combate ao vírus.