Se há um segmento da sociedade que possui a grande capacidade de não nos surpreender, com certeza a política ganha de goleada.
As coisas mais absurdas e inusitadas, como em um toque de mágica, onde o bom senso é relegado a segundo plano, acabam se tornando algo corriqueiro, e perigosamente aceitável pela população.
E é justamente aí que reside o perigo.
Nessa leva, meros oportunistas, a depender de uma interpretação displicente do povo, podem se converter em heróis e paladinos da moral. O que, analisando a situação mais atenciosamente, fica nítido e evidente que não são.
E dentro desses exemplos, temos o desprazer de constatar os casos de políticos que “jogam para a torcida”. Ou seja, visando sair bem na foto, agem de acordo com as tendências do momento. Como espécies de birutas de aeroporto apontando para onde o vento sopra, tripudiam da inteligência coletiva e acreditam que a população não tem memória.
Ledo engano.
Vejamos, um desses que “jogam para a torcida”, fez sua campanha na oposição, respaldado pelo grupo de uma controversa liderança política local. Misteriosamente, ainda nos bastidores das negociatas pré-posse, saltou para a situação. Meses depois, vendo que a nau ao qual tinha embarcado, perigava vir a pique, tratou de abrir mão das benesses e saltou para o bloco oposicionista.
Eis algumas perguntas: Tal mudança foi motivada por crenças ideológicas ou simplesmente por temer que sua imagem ficasse maculada ante os crescentes índices de rejeição do grupo ao qual dava sustentação?
Se em menos de sete meses tal político mudou de lado duas vezes, o que seus eleitores poderão esperar do restante do seu mandato?
No mínimo, uma plena fidelidade com a inconstância e a lastimável titubeação política.