Numa estratégia trumpiana de “fale bem, fale mal… Mas fale de mim!”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ganhou novo holofote ontem, 10, após anunciar que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, preparava um parecer que desobrigava o uso de máscara por pessoas vacinadas contra a Covid-19 ou que já haviam sido infectadas pelo coronavírus.
O anúncio, durante evento oficial do governo federal, gerou reação em todo o país após a imprensa noticiar e as redes sociais compartilharem a fala do mandatário.
O discurso sobre a suspensão do uso da máscara não estava previsto no roteiro original do evento no Palácio do Planalto. Bolsonaro, então, buscou jornalistas que acompanhavam o ato e pautou: “olha a matéria para a imprensa amanhã, vou dar matéria para vocês aqui”, jogou.
Na manhã desta sexta-feira, 11, Bolsonaro mudou o discurso e a estratégia. Antes de embarcar para uma agenda no Espírito Santo, resolveu ir conversar com jornalistas na porta do Palácio do Alvorado e fez nova declaração: de que caberá ao ministro Queiroga, a prefeitos e a governadores dar a palavra final sobre o uso da máscara.
“Ontem pedi para o ministro da Saúde fazer um estudo sobre máscara. Quem já foi infectado e quem tomou a vacina não precisa usar máscara. Mas quem vai decidir é ele, vai dar um parecer. Se bem que quem decide na ponta da linha é governador e prefeito. Eu não apito nada, né? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Mas nada como você estar em paz com a sua consciência”, brincou.
Assim como o ex-presidente Donald Trump, Bolsonaro quer aproveitar o máximo as mídias, seja ela a favor ou contra. No caso do norte-americano, a estratégia serviu para elegê-lo presidente dos Estados Unidos, mas não ajudou a reelegê-lo. [A Tarde]