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A CAÓTICA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL EM ILHÉUS

Escola municipal da Ponta da Tulha, zona norte de Ilhéus, funciona precariamente em local improvisado, sem condições de abrigar uma escola.
Escola municipal da Ponta da Tulha, zona norte de Ilhéus, funciona precariamente em local improvisado, sem condições de abrigar uma unidade de ensino.
Diante do descaso com a educação pública municipal, em especial na escola de Ponta da Tulha, que se encontra com riscos de desabamento, sem aulas, sem água, luz e sem ter as mínimas condições de funcionamento, o Sindicato dos Professores de Ilhéus apresentou denúncias no Ministério Público Estadual e no Ministério Público Federal do Trabalho contra o prefeito Jabes Ribeiro e a secretária de Educação, Marlúcia Rocha.
No documento, os sindicalistas apresentam um relatório do absurdo que foi constatado no local e pede que seja ajuizada uma ação civil pública contra o prefeito e a secretária de Educação por ato de improbidade administrativa pelo que consideram um verdadeiro crime contra o ensino público.
Nas denúncias, a presidente do sindicato, Enilda Mendonça, explica que desde o inicio desse ano que a escola fundamental II, situada em Ponta da Tulha e pertencente a Escola Nucleada Aritaguá II, não tem o seu funcionamento regularizado.
O prédio não oferece segurança, corre risco de desabamento e foi interditado pela comunidade para obrigar o executivo municipal a remover os alunos e trabalhadores para um outro espaço. Desde abril a escola então passou a funcionar em um espaço improvisado, onde anteriormente funcionava uma pousada. Acontece que o espaço possui salas apertadas que não tem a mínima condição de abrigar cerca de 20 alunos e mais o professor.
A não regularização do transporte escolar também prejudicou os alunos residentes em localidades mais distantes da sede da escola, a exemplo de Tibina, Retiro, Aderno Mamoan e outras localidades onde os estudantes dependem de ônibus para se deslocarem para os colégios. Ocorre que as aulas foram dadas somente para os alunos da sede e localidades mais próximas, enquanto que os outros foram prejudicados. Tudo isso sem contar que os alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) somente tiveram aulas um mês durante esse ano letivo.
Outro problema grave apontado pelo sindicato dos professores é o não pagamento do aluguel de nenhum dos meses esse ano, a proprietária do imóvel trancou as salas que ficam no piso superior, deixando apenas as salas do andar térreo à disposição da escola. Com isso, não há espaço físico para acomodar todas as turmas, levando a decisão de fazer rodízio, o que significa dizer que enquanto uns alunos tem aulas os outros ficam do lado de fora aguardando sua vez. A proprietária do imóvel já informou ao sindicato que se não houver a regularização do pagamento do aluguel, não renovará o contrato, que vence em 31 de dezembro desse ano.
Mas os problemas não param por aí. Também por falta de pagamento a Coelba suspendeu o fornecimento de energia. Com isso a escola ficou também sem água, já que o abastecimento é feito através de bomba. Por conta da falta de energia, as geladeiras não funcionam, não há água para a higienização dos banheiros e nem para a cozinha e as aulas tem que ser dadas até às 16 horas. No turno noturno não está tendo aulas. Sem ter como guardar seus alimentos, os professores acabam comendo pão e biscoito durante todo o dia. Diante de todos esses abusos, o sindicato apresentou as denuncias e pediu que fosse ajuizada a ação civil pública por improbidade administrativa praticada tanto pelo prefeito Jabes Ribeiro quanto pela secretária Marlúcia Rocha.