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A SECRETARIA DE CULTURA QUE “ACULTURA”

Fechado há cerca de três anos, o teatro municipal de Ilhéus é o símbolo do descaso e abandono da Cultura local. Foto: Jerberson Josué.
Fechado há cerca de três anos, o teatro municipal de Ilhéus é o símbolo do descaso e abandono da Cultura local. Foto: Jerberson Josué.

A expressão “aculturar” serve para classificar os atos e ações que visam impedir e enfraquecer as manifestações culturais de um suposto povo, ou sociedade.

Algo do tipo que se sucedeu com negros e indígenas no processo de colonização do Brasil.

Impede-se as suas manifestações, impõe-se novos hábitos, e, gradativamente, tradições e todo um conjunto de costumes se perdem.

Guardada as devidas proporções, não pestanejamos em afirmar que Ilhéus, há cerca de três anos, desde que o prefeito Jabes Ribeiro retomou o comando do município, e nomeou a atual gestão da secretaria de Cultura local, passa por um execrável processo de aculturação.

Vejamos. Quais seriam as funções de uma secretaria municipal de Cultura? Muitas, é óbvio, mas podemos destacar: Fustigar as manifestações artísticas locais, incentivar, criar meios para financiar as suas estruturações, apoiar projetos, executar oficinas e se mobilizar para o surgimento de novos talentos artísticos.

Mas, pelo que nos consta, nada disso é feito. Ou melhor, o pouco que é feito, são funções de produtores de eventos, e não de gestores culturais.

Dentro desse contexto de abandono e descaso com a Cultura no município, o símbolo mor é a situação do teatro municipal de Ilhéus. Fechado para reforma há quase três anos, o espaço, que, além de servir para abrigar espetáculos e shows de artistas de todo o Brasil, era palco para apresentações de peças teatrais, espetáculos de danças e shows musicais dos artistas locais, se encontra, supostamente, em reforma. Pior, sem nenhuma perspectiva de que um dia voltará a funcionar.

Tal situação revolta profundamente os artistas locais, que, através das redes sociais, prometem realizar mobilizações e pressionar o poder público municipal, para que o quadro de abandono ganhe contornos diferentes, em caráter de urgência.

Bem, para uma gestão municipal que se mostra incapaz de resolver questões básicas, a exemplo de manter as ruas sem buracos, e limpas, fazer com que postos de saúdes atendam dignamente a população, dentre outras tantas situações lastimáveis e absurdas, não nos causa surpresa o abandono ao qual a Cultura está sujeitada. Vale ressaltar que estamos nos referindo a uma cidade riquíssima em talentos artísticos, da música, teatro e literatura, e que, contraditoriamente, se orgulha e tira proveito, vendendo a imagem de ter sido a terra de Jorge Amado. Imagine se não fosse

E mais uma vez lembramos aos nosso leitores: 2016 é logo ali.