Apesar do Governo do Estado estar implantando protocolos que visam o retorno das aulas para os estudantes, o secretário da Educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, afirmou que ainda não há uma data para que as aulas possam voltar em segurança. A declaração foi feita durante entrevista na manhã desta terça-feira, 4, para o ‘Isso é Bahia’, da rádio A Tarde FM.
“Nós ainda não temos data para o retorno das aulas, Rui Costa é muito claro nisso. A data quem vai dizer são os sinais, dos dados e indicadores da saúde para professores, estudantes e funcionários”, pontuou Jerônimo.
De acordo com o gestor da pasta, diversas modificações estão sendo feitas nas escolas para atender a todos com maior segurança. Os protocolos incluem instalação de pias, lavabos, álcool em gel, preparação de ventiladores na sala, compra de termômetro e testagem dos alunos para a detecção do novo coronavírus.
“Esta testagem é para a gente compreender qual é o percentual, para saber se temos condições de trazer estes alunos para dentro da escola. Se for muito grande, isso vai dificultar ainda mais a realidade de um retorno”, explicou.
O governo estadual iniciou a testagem em estudantes, professores e funcionários nas cidades de Jequié, Itabuna e Ilhéus. Conforme Jerônimo Rodrigues, a intenção inicial era realizar uma testagem em massa em todas as cidades da Bahia, mas seriam necessários cerca de 800 mil testes.
“Não podemos fazer testagem de estudantes em toda Bahia, pois isso significa cerca de 800 mil testes e o governo Federal, o MEC [Ministério da Educação] não está disponibilizando essa quantidade e ficaria ainda um custo muito alto”, relatou o secretário.
“Já tivemos uma queda boa no valor dos testes. Antes era R$ 200, desceu para R$ 150 e hoje está em torno de R$ 70 um teste rápido. Porém ainda fica muito difícil a gente poder fazer em quantidade grande com este custo”, completa.
Mudanças no ano letivo
O secretário de Educação também explicou, durante a entrevista para o ‘Isso é Bahia’, que independente da data de retorno às aulas, o calendário do ano letivo só vai se ajustar a partir de 2022.
“Vamos fazer um exercício que a gente volte em setembro ou outubro. Qualquer exercício que a gente faça, a gente já entrou em 2021. Nós já vamos usar, pelo menos, janeiro, fevereiro e março de 2021. Isso significa que nós já entramos em 2022. Portanto, qualquer retorno de calendário, nós vamos ter que considerar anos conjugados, onde um plano possa, com certeza, juntar os três anos: nós teremos 2020 entrando em 2021 e 2021 entrando em 2022”, disse.
O gestor da Educação também explicou que será necessário ter aulas aos sábados e em alguns feriados, além de dificilmente ter recesso este ano, com exceção de alguns dias para o Natal e Ano Novo.
Mesmo com todas as dificuldades impostas pela Covid-19, o secretário alertou que a prioridade é a saúde dos estudantes, professores, funcionários e também das famílias destas pessoas.
“A ordem do governador Rui Costa é que a gente gaste até a última gota de esperança, a última gota de suor. Nós não vamos abrir mão de afirmar que temos condições de voltar, mas sempre com a prevenção da vida de todos”, finalizou. [A Tarde]