Foi realizada na tarde de ontem (10), uma reunião do Conselho Municipal da Merenda Escolar (CAE), com a presença da representante da prefeitura, da presidente do CAE Ilhéus, Enilda Mendonça, alguns conselheiros e o líder da oposição da câmara de vereadores de Ilhéus, Alisson Mendonça (PT).
Na ocasião, a professora Enilda afirmou ter feito uma visita à escola municipal Odete Salma, localizada na rua do Cano, e lá constatou que as crianças estavam se alimentando apenas de rosquinhas e suco. O que, vale ressaltar, contraria as exigências nutricionais do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A presidente do conselho denunciou que as rosquinhas servidas estavam perto de terem seus prazos de validade vencidos, além de que, na citada unidade escolar, foi encontrada uma grande quantidade de macarrão estragado, tomada por gorgulho (espécie de besouro).
Durante a reunião, o vereador Alisson relatou o que constatou recentemente no Tribunal de Contas do Município (TCM): O altíssimo valor pago pela prefeitura na compra da merenda escolar em novembro de 2013, incluindo, além das 6 toneladas de rosquinhas, uma enorme quantidade de iogurte e goiabada.
Na ocasião, o vereador afirmou que teria identificado no processo de pagamento, a nota do recebimento de toda mercadoria, assinada pelo responsável pela merenda escolar de Ilhéus.
Ante isso, Alisson questionou se a secretaria municipal de Educação tinha câmaras frigoríficas para estocar os alimentos perecíveis, comprados pela prefeitura na licitação da merenda. A representante da prefeitura afirmou que não.
Ao perceber a gritante contradição, o vereador questionou então como a prefeitura teria gasto um dinheiro alto na compra de alimentos perecíveis, sendo que não dispunha de local para armazená-la adequadamente. A representante do Paranaguá então desmentiu o responsável em receber a merenda e afirmou que haveria a possibilidade da prefeitura ter pago o valor à empresa, e colocado a mesma como uma espécie de “fiel depositária” dos alimentos.
Ou seja, apesar de já ter recebido o dinheiro, a empresa ficaria responsável em armazenar os alimentos e ir liberando os itens aos poucos. Algo que, vale ressaltar, é bastante estranho.
Perante tais situações, alguns questionamentos ficam no ar:
Afinal de contas, a prefeitura recebeu ou não toda a merenda escolar paga? Onde está essa merenda? Porque a prefeitura não está obedecendo as normas nutricionais exigidas pelo PNAE, que afirma que pelo menos três dias na semana deve ser servido comida às crianças (arroz, feijão, carne, macarrão, verduras, etc)? Que espécie de cuidado está havendo com os produtos comprados, já que foi constatado que o macarrão da merenda escolar está apodrecendo nas escolas? O cardápio servido nas escolas dos distritos e povoados é o mesmo das escolas da sede do município?
A população ilheense exige que tais respostas sejam dadas o mais rápido possível. Porém, até lá, o vereador Alisson Mendonça afirmou que buscará apoio do Ministério Público para constatar as possíveis irregularidades que permeiam a situação.