A vítima foi encontrada em uma casa no centro de São Gonçalo dos Campos, cidade a poucos quilômetros de Feira de Santana. Ela trabalhava há quase 35 anos em uma casa onde cuidava dos serviços domésticos para manutenção do imóvel e do conforto da família empregadora, sem nunca ter recebido salário nem ter tido acesso aos direitos trabalhistas.
O órgão afirma que a família administrava as contas bancárias da trabalhadora e repassava valores em torno de R$ 50 a R$ 100, por mês. O dinheiro era utilizado em despesas com higiene pessoal, vestuário e guloseimas. Houve relatos de maus tratos, violências psicológicas e violações de direitos.
Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, a mãe e o irmão da resgatada também prestaram serviços domésticos, sem salários, para essa mesma família da cidade de São Gonçalo, em período anterior à chegada dela à casa.
Em nota, o Ministério informou que as condições análogas à escravidão foram confirmadas após uma inspeção no local de trabalho e moradia da vítima. Foram também coletados depoimentos de integrantes da família e pessoas que conheciam a relação, além da própria empregada.
Questionados pela equipe de fiscalização, os empregadores afirmaram que os serviços domésticos não eram trabalho, mas uma colaboração voluntária no âmbito familiar. O resgate foi coordenado pela Auditoria-Fiscal do Trabalho na Bahia e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, da Defensoria Pública da União, da Polícia Militar da Bahia e do Serviço de Assistência Social do Estado da Bahia.