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ATRASO NA DISTRIBUIÇÃO DE VACINAS PODE AFETAR SEGUNDA DOSE

A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) informou ontem, segunda-feira (26) que possui vacinas CoronaVac para a segunda dose em estoque somente suficientes até quinta-feira (29). A informação ocorreu no mesmo dia em que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ao Senado que o país está sofrendo com a falta de imunizantes desenvolvidos pela farmacêutica chinesa SinoVac e produzidos no Brasil pelo Instituto Butantan.

De acordo com a SMS, a capital aguarda recebimento de novo lote de segundas doses para garantir a administração das duas aplicações exigidas para garantir a eficácia da vacina contra o coronavírus. Já sobre o imunizante da AstraZeneca, o estoque de segundas doses está assegurado até o dia 7 de maio.

Aqui no sul do estado, Itabuna tem situação semelhante. “A gente não tem a CoronaVac para a primeira dose. Só estamos trabalhando com a da AstraZeneca. Em relação à segunda dose, o governo federal não tem cumprido seu papel da melhor forma, nos deixando expostos e vulneráveis”, afirma a enfermeira Camila Brito, coordenadora da Rede de Frio de Imunização da Secretaria de Saúde do município.

“Recebemos da última vez 2.500 doses, ainda não terminaremos a faixa de 60 anos em diante. Alguns de salvamento e segurança de 45 a 49 anos já foram vacinados, mas só poderemos avançar para outros, professores e comorbidades, quando finalizar os idosos. As segundas doses vêm sendo enviadas pela Sesab sem maiores problemas, pois alguns não estão comparecendo para receber a segunda, infelizmente”, complementa Lívia Mendes, secretária de Saúde de Itabuna.

Especialistas alegam riscos
Com a situação do atraso das vacinas no Brasil, médicos infectologistas apresentam preocupação com a possibilidade da não aplicação da segunda dose no tempo correto. A demora, inclusive, poderia causar até mesmo uma nova forma do coronavírus, mais resistente aos imunizantes e consequentemente mais perigosa à população.

“As consequências das pessoas não receberem as duas doses são trágicas. As vacinas foram programadas para serem aplicadas em duas doses, sendo aplicada uma só, não garante coisa nenhuma. A pessoa vacinada apenas com uma dose pode, inclusive, ser transmissora de uma forma de vírus mais forte e mais resistente. Caso haja um grande atraso, minha orientação é que se reinicie o processo de imunização do início, ou seja, mais duas doses”, sustenta o professor Celso Sant’Anna, médico imunologista e docente da Rede UniFTC.

Fonte: O correio