Segundo dados apontados por estudo realizado pelo Instituto Federal Baiano (IFBaiano), o número de autorizações para desmatamento no oeste da Bahia, concedidas pelo Governo do Estado, através do Inema, bateram recorde, entre os meses de janeiro e setembro de 2021. Os números foram divulgados recentemente pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.
De acordo com informações obtidas no Diário Oficial do Estado, o instituto responsável pelas políticas ambientais e hídricas na Bahia liberou, nos nove primeiros meses do ano, 137 autorizações para supressão de vegetação no Oeste, totalizando quase 131 mil hectares. Tanto em área desmatada quanto em número de alvarás, a soma corresponde a cerca de 17% das liberações concedidas desde 2011 pelo Inema.
No relatório os pesquisadores apontam a ligação entre o salto nas autorizações para
desmatamento e a grilagem de terras, muitas delas públicas. As áreas, após ter vegetação suprimida com aval do Inema, servem para expansão de grupos do agronegócio no Oeste.
Além do boom de desmatamento na região, a pesquisa expõe ainda o impacto das chamadas “outorgas para captação de água”, igualmente chanceladas pelo Inema, têm sobre a principal fonte de recarga do Aquífero Urucuia, considerado o maior do Brasil. O crescimento no número de outorgas para que empresas do agro captem recursos hídricos destinados à irrigação, de acordo com o estudo, vem causando o desaparecimento de nascentes que abastecem o Urucuia. “A migração de nascentes tem se tornado também um fenômeno comum. O Rio Santo Antônio (parte da Bacia do Rio Corrente) teve um recuo de 37,7 km da nascente original”, diz a pesquisa. Com informações da coluna Jairo Costa Jr., no Correio.