ILHÉUS 24H :: Porque a notícia não para. Porque a notícia não para

AVIÃO QUE CAIU EM BARREIRAS ERA EXPERIMENTAL E PODE NÃO TER CAIXA-PRETA

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros.

Um trágico acidente aéreo ocorreu neste sábado (2) próximo à cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, resultando na perda de três vidas. O monomotor de matrícula PP-ZJA, um modelo experimental, caiu, vitimando o piloto Lucas Corisco e os passageiros Jackson Bomfim e Matheus Bransford, este último sendo pai do segundo (relembre aqui).

A aeronave, por ser classificada como experimental, não passou pelos tradicionais testes de homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo a Anac, a aviação experimental é caracterizada pela operação realizada por conta e risco dos ocupantes, e a agência exige que a aeronave possua uma placa de advertência visível a todos os ocupantes para obter o Certificado de Autorização de Voo Experimental.

A placa deve conter a seguinte mensagem: “ESTA AERONAVE NÃO SATISFAZ OS REQUISITOS DE AERONAVEGABILIDADE. VOO POR CONTA E RISCO PRÓPRIOS, SENDO PROIBIDA A SUA EXPLORAÇÃO COMERCIAL”.

A Anac esclareceu que, embora as aeronaves experimentais não sejam submetidas à fiscalização da mesma maneira que as aeronaves comerciais, os proprietários e operadores devem cumprir três exigências para operar no Brasil: o piloto deve estar habilitado, a aeronave deve estar cadastrada no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), e a aeronave deve possuir o Certificado de Autorização de Voo Experimental emitido pela Anac.

As áreas de operação dessas aeronaves são especificamente definidas, com o sobrevoo de áreas densamente povoadas proibido para evitar riscos a terceiros. No entanto, existem exceções, e é possível obter uma autorização especial da Anac para sobrevoar cidades, desde que critérios adicionais sejam atendidos, como um mínimo de 100 horas de voo e a inexistência de alterações que afetem as condições de aeronavegabilidade.

O avião ocupado por Jackson Bomfim, Matheus Bransford e Lucas Corisco caiu em uma área de vegetação, a 6 km do centro de Barreiras, onde são realizados reparos em aeronaves. Ainda não foi confirmado se a aeronave passava por algum tipo de conserto ou manutenção. A suspeita é de que um problema, até o momento não identificado, ocorreu logo no início do voo, pois a queda aconteceu a apenas 1 km do ponto de decolagem.

O acidente está sendo investigado pela Polícia Civil de Barreiras, com o auxílio do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Investigadores do Seripa II, em Recife, devem desembarcar em Barreiras para realizar as primeiras análises técnicas.

Os corpos de Jackson Bomfim e Matheus Bransford foram velados em Ilhéus e serão sepultados nesta segunda-feira (4) no Cemitério Municipal de Nossa Senhora da Vitória.