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BAHIA BUSCA ALTERNATIVAS PARA SUPRIR ESCASSEZ DE RESPIRADORES

Divulgação

Com uma das piores distribuições de respiradores do país antes da pandemia do novo coronavírus, sem apoio recente do Ministério da Saúde para a aquisição de equipamentos e já com duas grandes compras canceladas, a Bahia aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para assinar o protocolo de intenções com a empresa Biogeoenergy, que montará no estado uma fábrica para produção de ventiladores pulmonares.

O anúncio foi feito ontem pelo vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão, em entrevista para o “A Tarde Conecta”, do Grupo A TARDE. O governo chegou a informar anteriormente que o negócio seria selado ontem mesmo com a empresa, que tem capacidade diária de montar 100 ventiladores pulmonares, essenciais no tratamento de casos mais graves da Covid-19.

Já o governador Rui Costa voltou a reclamar da dificuldade em conseguir respiradores no mercado internacional e disse que o negócio virou “uma gincana”. “A humanidade aproveita a oportunidade para ganhar dinheiro. O que a gente percebe é que as tradings, os atravessadores, compram tudo no mundo. Se eles souberem que o preço do cacau vai subir, eles compram tudo. Quando fomos verificar há meses atrás, além deles terem comprado o estoque, compraram a produção dos meses seguintes. Quando a gente procura os fornecedores, eles nos dizem que só vai ter no ano que vem. Virou o elemento mais difícil de adquirir. É o equipamento mais valioso”, declarou o chefe do Executivo baiano, em entrevista a rádios do interior.

Conforme dados divulgados na última semana pelo IBGE, a Bahia tinha, em 2019, 20 respiradores para cada 100 mil habitantes, o que colocava o estado empatado com o Amazonas e à frente apenas de oito unidades da Federação (Tocantins, Roraima, Pará, Acre, Alagoas, Maranhão, Piauí e Amapá). O levantamento foi gerado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2019 (DataSUS), que reúne as redes pública e privada.

Consultada sobre o número atual de respiradores da Bahia, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) não se manifestou até o fechamento.

Na última semana, foi anunciado o segundo cancelamento de um grande lote de ventiladores pulmonares comprados pelo governo da Bahia, e o processo de devolução do dinheiro já teria sido iniciado. De acordo com o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, o Estado pagou antecipadamente 80% do valor relativo a 350 equipamentos. (A Tarde)