Um empresário do setor do agronegócio confessou ter orientado funcionárias, no oeste da Bahia, a colocar “o celular no sutiã” para filmar o voto na urna eletrônica e comprovar, posteriormente, que votaram conforme sua imposição.
O caso de suposto assédio eleitoral é apurado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O órgão instaurou inquérito na segunda-feira (17) e deu dois dias para manifestação da defesa do ruralista.
Em um trecho, o empresário afirma: “Tinham cinco [funcionários que não concordavam], dois voltaram atrás. Das outras 10 que estavam ajudando na rua, todos tiveram que provar, filmaram nas eleições. Se vira, entrem com o celular no sutiã, que seja, vai filmar, se não, rua”.
O suspeito ainda revela que duas mulheres, que não aceitaram a imposição, o procuraram para dizer que vão filmar os votos no segundo turno.
“Filmaram e provaram que votaram. Duas não queriam e estão para fora, hoje já estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. Então vota, primeiro prova, que nós contratamos de novo”, afirmou.