Cerca de 200 homens, que viviam em condições análogas à escravidão, foram resgatados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul. Segundo informações da corporação, a localização das vítimas foi feita na noite de quarta-feira (22).
Inicialmente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que eram 150 pessoas. No entatnto, o número foi atualizado no fim da tarde da quinta-feira (23) pelo g1 Rio do Rio Grande do Sul. No momento, os homens estão alojados temporariamente no ginásio Darcy Pozza.
Tudo começou quando 3 trabalhadores fugiram do alojamento em que eram mantidos e buscaram ajuda policial em Caxias do Sul. Eles contaram que vieram da Bahia para trabalhar na colheita da uva com promessa de salários superiores a R$ 3 mil, além de acomodação e alimentação. Porém, nada foi cumprido.
Na prática, os trabalhadores relataram atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. As vítimas apontarm casos de coação para permanência no local, sob a pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho. E casos de violência com choque elétrico e spray de pimenta.
A operação de resgate foi realizada por PRF, MTE e Polícia Federal (PF). O responsável pela empresa, que mantinha os trabalhadores, foi preso e encaminhado, inicialmente, para a delegacia da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul.
Na sequência, ele foi transferido para um presídio em Bento Gonçalves. E na quinta (23), foi liberado após o pagamento de fiança de cerca de R$ 40 mil. O homem tem 45 anos de idade e é natural de Valente, na Bahia.
Segundo a PF, a empresa tem contratos com diversas vinícolas da região, presta serviços de apoio administrativo e os trabalhadores teriam sido contratados para atuar na colheita da uva.
O MTE diz que vai analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador para a buscar a devida compensação.