Um bebê morreu na barriga da mãe antes do parto ser realizado, no município de Porto Seguro, localizado na região sul da Bahia, e os pais acusam médicos e o Hospital Luiz Eduardo Magalhães de negligência, por conta de demora no atendimento. Após o ocorrido, eles prestaram uma queixa na Polícia Civil, que investiga o caso.
Segundo relato da mãe da criança, Crislaine Souza, de 18 anos, o drama teve início na tarde do dia 11 de fevereiro, quando ela começou a sentir dores de parto. Ela afirma que estava com 41 semanas de gestação e que as contrações estavam fortes.
A mãe conta que foi para a unidade de saúde, acompanhada de familiares, mas teve de aguardar por cerca de 4h para quatro para ser atendido. Segundo ela, a médica que a examinou disse que ela estava com pouca dilatação e a mandou de volta para casa.
“Fui atendida por uma doutora. Ela fez o toque em mim e mandou eu de volta para casa sentindo dor. Já era o começo das contrações”, disse a jovem. No dia seguinte, Crislaine disse que voltou cedo para o hospital novamente com contrações e dessa vez apresentando sangramento.
Ela disse que foi novamente atendida e internada. A mãe conta que aguardou por um leito por 15h, deitada em uma cadeira. Outra médica que a atendeu, segundo ela, a medicou com um remédio para induzir o parto. A mãe conta que as dores aumentaram, assim como a dilatação.
Por volta das 12h50 do dia 13 de fevereiro, outro médico atendeu Crislaine e, no exame, descobriu que ela estava com oito centímetros de dilatação. Ela disse que o médico tentou ouvir o coração do bebê e não conseguiu. O profissional, então, teria pedido a realização de um ultrassom e constatou que a criança já estava morta.
Uma cesariana foi feita para retirar o corpo do bebê de dentro da mãe. “Deixaram eu sofrer bastante. Depois do meu filho morto, vieram a fazer a cesárea”, disse a mãe.
Os pais da criança ficaram indignados e, agora, pedem justiça, porque acreditam que o bebê nasceu morto por negligência médica.
O hospital informou, em nota, que a Crislaine é do município de Camacan e que não teria feito a ultrassom morfológica, exame que poderia detectar se o feto tinha algum problema. A família de Crislaine, no entanto, contesta a informação. Diz que ela fez corretamente o pré-natal, com seis consultas e três ultrassons, e que no próprio hospital foram feitos vários exames de verificação dos batimentos cardíacos da criança e que ela estava viva até o dia 13 de fevereiro.
No laudo do hospital, a causa da morte da criança consta como ignorada, mas uma necropsia foi feita pelo Instituto Médico Legal (IML) de Porto Seguro para saber porque a criança morreu e o laudo apontou como causa da morte uma hemorragia, coágulo de sangue provocado pelo rompimento de vasos sanguíneos no cérebro.
O hospital não informou se será aberto algum procedimento investigativo para apurar a morte do bebê. A Polícia Civil informou que vai começar a ouvir os envolvidos no caso. Do G1.