O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) acusado de matar um colega de trabalho eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Mato Grosso, tentou decapitar o homem com um machado após esfaqueá-lo.
O delegado Higo Rafael, que atua no caso, disse que a vítima levou 15 facadas na testa. O homem ainda foi ferido nas costas e no olho.
O conflito teria começado na quarta-feira (7), quando o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, e Benedito Cardoso dos Santos, de 42, se desentenderam. Os dois começaram uma briga física e, em certo momento, o rapaz esfaqueou o eleitor de Lula.
Segundo informações da Polícia Civil do estado, o suspeito do crime teria demonstrado apoio à reeleição de Bolsonaro. Já Benedito defendia a eleição do principal opositor do governo, Lula.
Foram 17 golpes no total. Segundo o delegado, após atingido, Benedito teria xingado Rafael de “filho da puta”, o que deixou o bolsonarista com mais raiva ainda. O agressor pegou um machado e tentou decapitar o colega.
Autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel, Rafael de Oliveira está preso. A Justiça converteu a prisão em preventiva ainda na noite desta quinta-feira (8). O suspeito confessou o crime após buscar atendimento médico para tratar dos ferimentos causados pela briga com o colega.
Ao determinar a prisão de Rafael, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, disse que “a intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”.
“Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”, diz a peça.
Ainda conforme decisão publicada, a prisão do acusado é necessária para manter a sociedade ciente do crime. “Ademais, por ora, estão presentes todos os requisitos para a custódia cautelar”, diz a decisão.
Segundo o juiz, o suspeito pela morte do eleitor de Lula tem outras passagens pela polícia, como latrocínio, estelionato e falsificação de documento. Do Metrópoles.